Verdes Olhos
Ele, que andava tão tristonho, naquela tarde tão ensolarada, viu num derrepente aqueles olhos. Aqueles olhos verdes, profundos e cristalinos, que ao brilho do Sol lembravam verdes campos e colinas. Aqueles olhos derrepente o fizeram acreditar no bem, no bom, no amor. O fizeram acreditar na vida, num mundo utópico, numa imensa alegria.
Se meus fossem aqueles olhos, pensava ele, nada de mal me assombraria, nada me faria perder a cabeça com tolices passageiras... Eu só teria olhos aos olhos teus!
Mas tudo isso havia se passado num instante, num simples olhar, em um pequeno reflexo. E quando deu por si, ele a havia perdido na multidão, naquela praça movimentada, atulhada de olhos que viam, mas não enxergavam nada.
E ele continuou, então, a vagar em busca, talvez, de outros olhos para sonhar.
Tainá Janaína da Rosa
29/06/2005