Dúvidas que não se deixam calar

A nossa paternidade ancestral legou sabedoria em provérbio: ”perguntar não ofende”. Na certeza de que ninguém se sentirá ofendido, a oportunidade deste espaço de mais pura democracia volta-se para elencar dúvidas, que não se deixam calar.

Apesar de:

Adam Smith ter desenvolvido a racionalização do trabalho voltada à criação de riqueza, e esta acontecer;

surgir Keynes para aperfeiçoar o capitalismo de Adam Smith, no sentido de minimizar a instabilidade e a incapacidade de promover o bem estar social, e para esse aperfeiçoamento, ter criado parâmetros para minimizar essa instabilidade, bem como padrão de vida mínimo á população;

pensamento multidisciplinar ter criado outro aperfeiçoamento, sustentabilidade, desenvolvimento sustentável para aperfeiçoar o capitalismo de Keynes com a atenção voltada para minimizar a predação ao planeta, capaz de por em riscos o viver das próximas gerações.

Por quê?

o capitalismo conseguiu manter-se instável em crises cíclicas, com populações imensas abaixo da linha da miséria – (miséria expressa por oito pessoas do planeta possuírem riqueza igual à metade mais pobre da população mundial) e indicadores mais ameaçadores de finitude de recursos, aquecimento global, poluição dos ares, poluição dos mares, riscos gravíssimos com o lixo atômico...

Apesar de:

Marx e Engels criarem, como reação à orientação selvagem dada ao capitalismo, como etapa intermediária ao comunismo, o socialismo, que propunha a abolição da propriedade privada, a socialização dos meios de produção, o fim da divisão de classes e a abolição da exploração do trabalho.

Por quê?

a maior experiência de implantação do socialismo conseguiu: substituir a burguesia, pela classe dos dirigentes e altos funcionários do governo, pelos dirigentes do único partido e pelos dirigentes das indústrias como distintos socialmente e beneficiários privilegiados da riqueza produzida ; manter a mesma orientação de exploração do trabalho, e o gozo de privilégios conforme a posição na hierarquia de poder e na pirâmide social. Além de toda essa semelhança de selvageria ao capitalismo, ainda teve a brutalidade da luta armada, a selvageria do genocídio stalinista, das perseguições e mortes políticas e aspectos totalitários de governo que, cada vez mais, vem promovendo a frágil e bela democracia.

Apesar de:

nos textos escritos diretamente pelo Criador em tábuas de pedra e doados a Moisés (sec XVI a.C.) está explícito o mandamento de não matar;

Sidharta Gautama – Buda (sec – VI a. C.) legar a sabedoria de que o apego as coisas impermanentes é em vão e leva ao sofrimento;

Tácito (sec I a. C.) “a ambição de poder é a mais forte de todas as paixões”;

Jesus, o Cristo – “de que serve ao homem conquistar o mundo inteiro se perder a alma”;

o profeta Riyadh-nos-Salahin (sec VII) - “evite a Crueldade e a injustiça … e proteja-se da avareza, pois isto arruinou as nações que viveram antes de você.”;

Gandhi (séc XIX –XX) - “há riqueza bastante no mundo para satisfazer as necessidades de todos os homens, mas não à ambição e ganância de poucos ”; e

Marx (sec XIX) “o povo que subjuga outro, forja suas próprias cadeias”;

Por quê?

a história registra sequência ide construções e destruições de impérios banhadas pelo sofrimento aos horrores da violência pela ambição de expansão de domínios.

Ilustram a rotina desse caminhar ou, para maior aproximação da realidade, desse cavalgar da humanidade:

Império Babilônio - séc VII a. C – VI a. C.; Império Persa – sec VI a. C - Sec IV a.C;Império Egipcio – sec VII a.C; Império Grego – sec IV a. C;

Império Romano (Bizantino) – sec Ia. C – XV; Império islâmico – Califados – sec. VII; Império Mongol – sec XIII; Império Espanhol – sec XV-XIX; Império português – sec XV – XX; Império Otomano sec XV – XX; Império Britânico – sec XVII - XX; Império Russo – sec XVII – XX; e Império Alemão Sec XIX – XX; Império Austro-Húngaro – Sec. XIX – XX.

Assim como para iniciar-se, ou expandir-se os impérios, também para terminar seus ciclos ocorria guerras e, em muitas delas, como resultado, os genocídios.

Outros confrontos bélicos ocorreram e como consequência alguns genocídios, não para derrubar impérios, mas para tomada de poder interno e em nome de construção de sociedade com outros critérios.

A forma de derrubar impérios tiveram mudanças significativas com a Primeira Guerra Mundial. Alianças se formaram entre reino Unido, Rússia e França destruíram os dois impérios Alemão e Austro-Húngaro. Reduziram e deram outros limites aos seus territórios.

Apesar de:

Confúcio – 551 a. C – 479 a.C, em suas Regras de Ouro, explicitar: “Não faça aos outros aquilo que não quer que lhe façam”;

Jesus, o Cristo, em suas Diretrizes de Amor: “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”; “Tudo que quereis que os homens vos façam, fazei-lhes também vós”; e “Bem aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus”;

Martinho Lutero (1463 – 1546): “A guerra é a maior praga que assola a humanidade; destrói a religião, destrói as nações, destrói famílias. É o pior dos males”;

Baruch Spinoza (1632 – 1677): “Paz não é a ausência de guerra; é uma virtude, um estado mental, uma disposição para a benevolência, confiança e justiça.”

Gandhi (1869 – 1948): “Não existe um caminho para paz, a paz é o caminho”; “A não violência absoluta é a ausência absoluta de danos provocados a todo o ser vivo. A não violência, na sua forma ativa, é uma boa disposição para tudo o que vive. É o amor na sua perfeição.”;

João Paulo II (1920 – 2005): “A guerra é sempre uma derrota da humanidade.”

Martin Luther Kimg Jr. (1929 – 1968): “O homem nasceu na barbárie, quando matar a seu semelhante era uma condição normal da existência. Se lhe outorgo uma consciência. E agora chegou o dia em que a violência para com outro ser humano deve ser tão abominável como comer a carne de outro.”

Por quê?

Na Ásia e Leste Europeu no sec XIII – 40 milhões de asiáticos e europeus do leste, foram mortos no projeto de implantação de grande confederação mongol do grande "khan" do Império Mongol;

No Congo Belga - sec XIX - entre 5 e 8 milhões de africanos do Congo mortos pela colonização do reinado belga de Leopoldo II (1835-1909);

Na União Soviética – sec XX entre 20 e 25 milhões – nativos da Ucrânia e Cazaquistão, mais populações inteiras de países e compatriotas considerados inimigos políticos, pelo tirano russo Josef Stalin, que de 1927, após a morte de Lenin até a sua morte, em 1953, centralizou o poder;

Na Europa – secx XX - entre 17 e 20 milhões – 6 milhões de judeus, 10,5 milhões de eslavos sacrificados pelo projeto de expansão de domínio de Hitler, quando no comando da Alemanha de 1930 a 1945;

Na China e Tibete – sec XX - Mao Tsé _Tung – ou Zedong (1893-1976), líder comunista e presidente da república popular da China, em seus dois projetos revolucionários “Grande Salto Adiante”(1958-62) e Revolução Cultural (1966-69) foi responsável pela morte de 40 milhões de fome e mais uns 30 milhões de divergentes políticos e religiosos. Além disso, pulverizou a China com campos de concentração;

Em tantas outras regiões, nos mais diversos séculos, inclusive no atual – séc. XXI encontram-se variedade imensa de horrores semelhantes, com motivações diversas, desde diferenças religiosas, ou étnicas até interesses econômicos, com números de mortos menores, mas sempre com a presença de dominação, expansão de domínio e violência extrema.

Apesar de:

Contrapondo-se a essa barbárie, minoria de seres, como permitissem a si mesmos serem tocados por essas diretrizes maiores, as plasmassem e as vivenciassem, resultando naquilo que poderíamos chamar de “patrimônio iluminado da humanidade”: filosofia, arte, ciência. Resultante que poderíamos reconhecer como outras formas, quiçá com maiores possibilidades, de indicar, de receitar, beleza, amor, paz e sabedoria à humanidade.

Qual a causa?

Para a continuidade desse comportamento incapaz de assimilar essas diretrizes de riqueza, de bem estar social, de preservação do planeta e da vida, de beleza, paz, amor, sabedoria, plasmá-las, vivenciá-las para transformar o homem e o mundo;

Que permite a formação dessa imensa rugosidade capaz de produzir atrito tão grande, que impede a vivência dessas diretrizes e essa transformação;

Que cria esse meio, tal qual espelho, capaz de refletir e impedir que a luz dessas diretrizes banhe as mentes e corações dos homens, para essa reconstrução planetária;

desse mecanismo de surdez, de rejeição resistir: à filosofia; à política; à ciência; à arte; e mais do que tudo isso, às diretrizes trazidas por mensageiros de Deus, ministradas pelas instituições que os representam; e dificultar demais que essa reconstrução ocorra.

Muito provável a existência de respostas que calem esses questionamentos. Aos que já trocaram o incômodo da dúvida para o conforto da certeza, aproveitem a onda de solidariedade em contrapartida á peste viral e compartilhem respostas, inclusive para: j.coelho1940b@gmail.com.

Endereço pertinente

A PRÁTICA DISTORCE A IDEOLOGIA

http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/6863398

J Coelho
Enviado por J Coelho em 12/05/2020
Reeditado em 14/05/2020
Código do texto: T6944838
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