X dias
Bom dia, é de manhã! Outro dia do mês, um a menos do ano e mais um dia em minha contagem. Eu não pensei que fosse tão difícil responder a uma mensagem de declaração e, menos ainda, que fosse tão ruim ficar aguardando resposta.
Porra, custava dizer “não”? Fica aí me pondo em surto, chegando a cogitar um “sim”. Isso é cruel, me responda logo.
Quando seu status “online” sumiu após minha mensagem, imaginei que você estava pensando algo, uma justificativa, uma desculpa para manter sua doçura e não me negar somente. Marquei um dia sem respostas. Então dois, três... Sete! E vasculhei os convites de missa de sétimo dia, querendo encontrar seu nome ou, quem sabe, o meu.
Depois, catorze dias. Liguei para os hospitais perguntando por pacientes acidentados, em coma, transferidos, em quarentena... Sei lá! E te inventei doença tentando justificar minha acamada esperança.
A essa altura, eu já fazia piadas com a espera; meus amigos faziam memes consagrando o deboche; e minha mão fazia silencia, nem o seu nome ela perguntava, depois de tanto me ouvir falar de e com você...
Com o passar dos dias, você se tornou uma tinta no papel, um número que vira o mês no calendário, uma incerteza para mim e uma boa história para meus amigos e eu rirmos futuramente, sem que eu me questione “por que ela não me respondeu?”. No meu celular, no chat da nossa conversa, você é uma informação de X dias sem resposta, cujo apelido acrescentei “melhor esquecer”.