Sob a mangueira do meu quintal.
Diferentemente de quem reside em apartamento, (alguns são “apertamentos”), conforme costumo dizer, eu sempre morei, desde criança, em imóveis localizados em razoáveis quintais, onde, além de bom espaço para brincadeiras da época, havia várias árvores, sendo a maioria de natureza frutífera.
Na atual moradia já existia um frondoso abacateiro, quando foi plantada uma mangueira, a qual, presentemente, oferece sombra a uma considerável área aproveitável para o lazer, proporcionando proteção contra os raios solares, sempre fortes, na região serrana.
Esta é, também, uma das razões da presença constante dos netos os quais, em todo o mundo, alegram de vez em quando a casa dos avós, permanentemente receptiva e carinhosa para com os mesmos.
Sensibilizado por essa visita, embora esporádica, instalei sob a jovem mangueira, um balanço e um viveiro específico para pequenos pássaros não silvestres, que se tornaram atrativos primordiais das crianças da família e seus companheiros de escola.
Numa dessas poucas tardes ensolaradas de novembro, sentei-me no balanço com a minha querida neta Nathaly, de um ano e sete meses, para adormecê-la no colo, o que realmente ocorreu. Antes de levá-la para a cama, visualizando aquele semblante meigo e ingênuo, vivenciei momentos de ansiedade, insegurança, aflição e preocupação, em decorrência de pensamentos tenebrosos que brotaram em minha mente, ao imaginar como deverá ser o seu futuro e de todas as crianças do mundo, daqui a vinte anos. Rapidamente, vários fatores e conceitos surgiram, como relâmpagos, aumentando a minha angústia, pois antevejo, apenas, prognósticos maléficos.
Na esfera política, o caos é imenso, pois a corrupção se propaga de maneira avassaladora, ensejando-me a admitir a possibilidade de o nosso País chegar ao fundo do poço, moral e economicamente, a médio prazo, caso nada seja feito de concreto.
O quadro mais angustiante envolve, sem dúvida alguma, o meio ambiente, no qual o processo decorrente do aquecimento global torna-se o maior vilão, uma vez que, o progresso mundial depende da operação de indústrias que emanam poluentes em grandes níveis, deteriorando, cada vez mais o meio ambiente mundial, sem perspectivas de uma solução universal, pelo menos, a longo prazo.
Infelizmente, o quesito segurança é, a meu ver, o de maior complexidade de resolução. Por quê?
Ora! Entra e sai ano e a vontade política em resolver a questão somente ocorre de modo paliativo, ou seja, a preocupação do governo em efetuar ações só acontece quando há a realização de eventos de interesse político, voltando a situação à estaca zero, tão logo sejam atendidos em sua pretensão.
Para mim, mesmo que pareça uma utopia, resta apenas uma única esperança, a qual consiste na expectativa de um melhor desenvolvimento sócio - cultural das crianças de hoje, transformando-as em cidadãos dignos e ilibados, o que proporcionaria condições de uma nova mentalidade de administrar este grande e ainda sobrevivente País.