Crônica da hora inexata

Boa noite meus 23 fieis leitores e demais 36 que de quando em vez passam aqui nesse meu laboratório literário a fim de conferir qual a nova criação genial deste Bacamarte. Pois eu lhes digo: as coisas mais prosaicas atrapalham até os gênios!

Hoje estava lavando a louça e cuidando a hora exata (como expliquei na crônica da semana passada) de vir escrever outra peça genial da crônica de língua portuguesa, esperando chegar as 16h45min para iniciar e poder publicar às 17h19min, o Baca Horário. Exatamente, levo cerca de meia hora para escrever cada crônica, o que não é desleixo, mas sim pura genialidade, como vocês reconhecem e admiram. Parece conto de mentiroso, mas era 16h44min, eu lavando a última panela para por no escorredor, e a Louise diz:

- Tunico, estão chegando as compras.

Louise não me chama de Baca, mas de Tunico. Meu pai de Toninho. Os amigos, de Baca. Só minha mãe me chama pelos dois primeiros nomes, Antônio Rollim. E pelos três primeiros - sim, tenho três nomes, vocês sabem, está no meu perfil e falei na crônica semana passada - apenas uma vez uma namorada com a qual eu tava a fim de transar me chamou:

- Antônio Rollim Fernando, não!

Bom, eu ia dizendo que as compras chegaram bem na hora de eu escrever a crônica de toda sexta-feira. Na divisão matrimonial do trabalho em tempos de isolamento social, eu lavo a louça, varro e passo um pano na casa, coloco o lixo na rua, limpo o pátio, higienizo as compras que chegam do supermercado e pago tudo com meu cartão. A Louise lava a roupa, faz comida e passa café pra mim quando eu peço. Tou no lucro, ela é excelente mesa e banho. De cama não interessa pra vocês.

Então fiquei eu, tal qual um Lênin, pensando "O Que Fazer?". Louise, enfática como uma Dama de Ferro, encerrou meu rápido devaneio:

- Tunico, o rapaz tá esperando lá fora.

Lá fui eu, com meu cartão, luvas e máscara, buscar as compras. Após, coloquei-as na área de serviço e comecei a lavar. As carnes e as verduras dou para ela higienizar, pois cozinhar é com ela mesmo. Ela é excelente nisso.

Buenas, tudo feito, tirei a roupa, coloquei num saco e vim tomar banho. Ah, viva o ar condicionado, sem ele congelaríamos por aqui e eu não poderia ter feito isso. Sei lá como os antigos se viravam! Tá, até sei, mas não quero falar disso. Desviando de assunto - para não dizer o que não quero: agora estamos na primavera, vocês aí devem estar no outono, se não me engano, com o frio já chegando no Sul. Retomando o antigo assunto: como veio Coca-Cola nas compras, peguei um copo e vim aqui escrever, comendo umas barras de cereal. Ô coisa boa.

Mas sobre o que eu iria escrever mesmo? Puxa vida, esqueci. Não é por ser gênio que a gente não esquece as coisas. Não disse, as coisas mais prosaicas atrapalham até os gênios! Por isso vim aqui, ao contrário da semana passada, genialmente na hora exata, somente a essa hora, numa hora inexata, comunzinha. Sobre o que escreveria? O que fazer? A solução é ativar o cérebro quimicamente:

- Lênin, passa um café pra mim?

- O que tu disse, Tunico?

- Ã... eu disse: Louise, meu amor, passa um café pra mim, por favor?

- Pensei que tu tinha me chamado de Dênis, amor.

- Dênis?

- Sim, que nem o marido na Thatcher, lembra?

- Não. Não te chamei nem de Dênis, nem de tênis e nem de pênis, kkkkkkkk.

- Abobado, vou passar o teu café.

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Era isso pessoal. Toda sexta, às 17h19min, estarei aqui no RL com uma nova crônica. Abraço a todos.

Mais textos em:

http://charkycity.blogspot.com

(Não sei porque eu ainda coloco o link desse blog, eu perdi a senha e não atualizo ele há séculos. Até eu descobrir o motivo pelo qual continuo divulgando esse link, vou mantê-lo. Na dúvida, não ultrapasse, né. Acho que continuarei seguindo o conselho que a Giustina deu num comentário em 23 de outubro de 2013: "23/10/2013 00:18 - Giustina

Oi, Antônio! Como hoje não é mais aquele hoje, acredito que não estejas mais chateado... rsrrs! Quanto ao teu blog, sugiro que continues a divulgá-lo, afinal, numa dessas tu lembras tua senha... Grande abraço".).