Lernt aus der Vergangenheit
O que o passado me ensinou – ?
Há trinta anos registrando, por escrito, sentimentos, descobertas, náuseas (advindas do contato com seres humanos desprezíveis), dores, felicidades etc. e... até agora apenas umas poucas linhas que realmente merecem atenção. Sabe por quê? Porque não sou de ficar revisando o que escrevo, uma vez que meus registros dão-se entre uma comportada forma que respeita tanto a norma culta (pontuação, ortografia etc.) e flerta com o fluxo de consciência – esse troço de escrever diretamente, sem dar chance a pausas, edições de texto em tempo real etc.
Ademais, digressões (parece haver alguma relação entre elas e o discurso de portadores de transtorno esquizotípico) marcam muitos de meus textos. Fugasd/desvios de assunto que atravessam minha forma de expressar minhas ideias por escrito.
Publiquei, ainda nessa semana, versões digitais de livros meus escritos há coisa de quatro, cinco anos. As crônicas me deram desgosto. Deus do Céu: parece que eu escrevi a mesma coisa em mais de duzentas páginas. É como se eu tivesse um problema mental (ou idade muito inferior à minha idade real), que me impedisse de organizar minhas ideias com o devivo cuidado, preparando textos compreensíveis, aceitáveis, do ponto de vista do leitor médio.
Acho que meu Nº 1643 foi um total fracasso. Linhas, páginas, $$$ disperdiçados com uma falsa promessa de "Revelação Literária". Bem, ao menos todos os meus livros publicados até hoje servem como testemunho de meus esforços em ser um autor – dentre a Biblioteca Moderna de Livros Vivos que se estende ad infinitum. Essa autodepreciação tem uma explicação: distribuí, na última Bienal do Livro SP (Agosto/2018), gratuitamente, para alguns leitores (mais de dez, ao todo), exemplares do livro supracitado. Isso após ter criado página de divulgação dele no Facebook e Instagram. Não tive nenhum retorno e ainda por cima vi que há ao menos um exemplar sendo vendido na Estante Virtual. Vou tentar vendê-lo a preço de banana, na internet, para ter algum resultado menos doloroso e juntar umas moedinhas. Sinceramente, ando bem pra baixo com os resultados. O Brasil NÃO dá chance à Educação, à Poesia Concreta, Verbovisual, às inovações literárias. É o País do Futebol, República das(dos) Bananas. Temos um legado (péssimo, por sinal) que os invasores lusitanos foarm criando desde 1.500. A segregação, a aposta na Escravidão, na Masmorra Continental, marcou essa terra. O atual "governo" federal termina por nos enterrar ainda mais no esgoto sociopolítico, torrando, lá fora, nossa imagem. As perdas, os danos, enfim, acumulam-se.
Escrever, numa época e num país SEM LEME como esse, é um ato de Coragem e de Contestação. Só "Louco" e "Aventureiro" se presta a um papel desses. Só não sei em qual desses rótulos eu me encaixo – se é que há espaço para, fora do mundo em que vivo, eu me encaixar...
O que o passado me ensinou é que o presente anda bem parado. Dando chance à repetição de antigos e sérios erros. Mas eu creio numa "Parte 2". Num "Segundo Tempo" – sendo essa a máxima (e única!) relação com o futebol a que eu me proponho a estabelecer. Esse 2º Tempo deve permitir uma retomada de planos e de cuidados. Para que o Passado não volte a influenciar, não de modo negativo, o Presente e comprometer o Futuro.