A PRAÇA DOS TRÊS PODERES E A LEI DO ENTENDIMENTO
A PRAÇA DOS TRÊS PODERES E A LEI DO ENTENDIMENTO
Há, entre as diversas estirpes de seres vivos, preceitos de comunicação. A linguagem, nos seus mais variados formatos, é composta de códigos que possibilitam o entendimento entre os indivíduos e serve, essencialmente, para colocar no mesmo direcionamento criaturas e grupos. Não fosse a linguagem, os indivíduos debandariam por descaminhos, que poderiam resultar em conflitos.
A linguagem tem o poder de constituir e compor as boas relações que, por sua vez, suscitam sociedades pequenas, médias, grandes e enormes de elementos de todas as espécies.
As diversas linhagens de criaturas estabelecem relacionamentos, cada um com sua complexidade. Porém, se entendem de forma a perpetuar a prole.
As criaturas humanas são as mais propícias em usarem variantes de códigos de linguagem. Por isso, em tese, estão mais capacitadas a estabelecerem entendimentos entre si.
Povos foram extintos do planeta por vários motivos, uma delas portanto, foi a falta de sintonia na linguagem.
Formulo as considerações acima para concluir que na atual conjuntura política parece haver uma ruptura na linguagem circunstancial entre as instituições.
A implantação da República em 1889, mesmo que tenha sido concebida através de um golpe, teve o intuito de sanar desencontros na linguagem conjuntural, uma vez que a política moderna tendia a aderir àquele modelo em todo o mundo.
O conceito dos Três Poderes, adotado no Brasil depois da Redemocratização, objetiva dar à Federação uma configuração mais democrática possível, distanciando da figura do monarca ou do ditador.
Por mais que o sistema eleitoral prime pelo sistema republicano representativo, parece ter desfigurado a concepção dos Três Poderes - o Congresso e o Presidente são eleitos diretamente pelo povo. O terceiro poder: o Judiciário, é totalmente desconhecido do povo, não sendo por ele eleito.
A linguagem se torna truncada entre os Três Poderes. A Constituição proclama que eles devem ser independentes e harmônicos si.
Na independência parece haver um excesso e a harmonia está longe de ser reconhecida como tal.
A tríade de poderes se transformou numa Torre de Babel: cada um falando uma língua.
Os níveis mais subalternos do executivo: governadores e prefeitos, falam apenas a língua do cifrão. A arrogância predomina no Judiciário. E as hienas do Congresso avançam esganiçadas sobre a presa em busca de sangue.
E não adianta dizer que foi o destempero do presidente Bolsonaro ou o surgimento do vírus corona que forçou toda essa situação deplorável que ora reina pela Praça dos Três Poderes
A pandemia vai passar. O mandato do presidente Bolsonaro vai chegar ao seu termo de forma sistemática, ou com interrupção, como alguns setores querem, porém a maioria permanece para dar continuidade à bandalheira e fazer surgir mais desentendimentos na linguagem republicana.