POLÍTICA PANDÊMICA.

Durante séculos não se conheceu passado a não ser que se pudesse concebê-lo. Hoje se conhece enraizado o passado que pouco trouxe para a dignidade humana. O passado trazido ao presente mostra e reprisa a política pandêmica. A virulência do mal instalada no homem de forma bíblica não se esgota politicamente no tempo, repete-se no historicismo e desenha-se na historiografia.

Nesse passado que guarda fatos, onde jazem coisas, se refugiam eventos ao consumarem-se, desprendendo-se da vida que com eles se objetivou. A inclinação espiritualista da história que procurava o homem distanciava-se dele, radicalmente, ao procurá-lo no que já não é nem seria jamais; correção. A política moldou a tela da incorreção, uma pintura suja e sórdida.

Fracassava a história na sua mais nobre missão, a política.

A solução apetecida estava a espreitar ali mesmo, nesse hiato sem cortes, oferecendo-se aos investigadores. Bastava apenas acompanhar o processo da objetivação até o passado que subsiste na existência como possibilidade, e não se realizou como ideal efetivo. Estado e sociedade, esta criando aquele e o deformando, até praticamente o fazer extinguir pela inobservância de consecução dos fins para que foi criado.

Esse passado faz com que a existência siga sendo na mesma caminhada do mal. Em todas as ditas ideologias, e faz questão que essa desqualificação fique clara.

Ideal é palavra exponencial, sagrada, reflete o ardor da alma que se eleva para aperfeiçoar-se.

Assistimos agora em meio ao drama as mesmas linhas do que se arrasta no tempo, a sanha da política histórica de ser para fazer o “não ser coletivo”, com desfaçatez, de um grupo que não é heterogêneo, que se torna sempre o “mais do mesmo”, homogêneo quando se aproxima e se distancia no bailado espúrio de reter e deter verbas, e em razão das verbas, e do “Poder pelo Poder”, para tiranizar sob capa da “bondade”.

É o que se vê na tormenta das disputas dentro das disputas.

Mesmo apenados e investigados, "heróis" ainda não criminalizados e bandidos condenados, dizem “coisas” nesse bailado histórico que muitas cabeças conhecem testemunham e testemunharam, e nada podem fazer.

Autoritarismo hegemônico de todas as tiranias desfilam, umas com nome de democracia aparente. Outras nem essa preocupação possuem.

História, efetivamente significava passado. Não está fora do homem como pressupõe o racionalismo. Volvemos à caracterização da história por um passado ( ou sido) que é em um presente, e um presente que é com seu passado. Se esse presente não conservasse seu passado não poderia haver história.

Um presente dramático repetindo em grau maior as epidemias que se tornaram pandêmicas e mataram menos do que mata a política pandêmica, que se instalou no mundo pela desqualificação do homem.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 08/05/2020
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