AS COISAS, OS TEMPOS, A ETERNIDADE!
Era noite, não, era quase noite; mas ali na esquina daquele bairro ele esperava calmamente.
Esperava, como toda tarde, que a noite chegasse.
Sua espera era serena, não se preocupava, pois sabia.
Tinha suas certezas e verdades, e nunca se enganara.
Não havia atrasos, e ela sempre vinha; em alguns meses do ano, vinha mais tarde.
Mas chegava; e quando ela vagarosamente dobrava a esquina da tarde, e o dia se escondia por trás da serra, ele alegremente iluminava aquela rua, e tudo ficava claro e alegre, mariposas o rodeavam, besouros faziam sua dança e até as “bruxinhas” noturnas vinham cumprimentá-lo.
Eram assim seus dias, à espera; e suas noites claras iluminando os passantes, os ouvintes e cantantes.
Até que o dia retornava e ele voltava ao silêncio.
Esperando.
– 10 de Maio – 23h – 2011 -