Máscara, vírus, cano de descarga...
Tenho assistido com perplexidade o comportamento sobre o uso da máscara. Primeiro o telefone celular é inimigo da máscara e amigo do telefonezinho. Tiram a máscara para telefonar andando na rua. Observo o descaso com o cano de descarga dos veículos em geral. Fumaça tóxica de carro não produz vírus, nem dissemina. É como se os canos sujos das contínuas descargas soprassem lavanda o tempo inteiro. Podia soprar eucaliptol. Lidamos com algo tão mortal quanto o pior dos vírus e devíamos utilizar uma máscara especializada para andar nas ruas fedorentas de petróleo e derivados. Parece que isto nunca foi uma ameaça concreta aos pulmões da humanidade. O carro é tão privilegiado que dizem que dentro do carro pode andar sem máscara e sem medo. Nada mais ameaçador aos pulmões do que a toxidade do monóxido de carbono e seus derivados. Ocorre que o carro sempre teve lugar de destaque neste carrocentrismo idiótico. A humanidade pode morrer, mas salve-se o carro. Todos estão vendo a limpeza do ar nestes forçados dias de exílio. Qual governo daria ao povo comum a limpeza do ar obrigando as fábricas uma adaptação no cano de descarga dos veículos? Cano de descarga precisa utilizar máscara que filtre a saída do lixo direto para o pulmão do povo. Para a grande maioria isto é uma bobagem.
Acordaram para a necessidade de hospitais para a massa. Os políticos mostram o descaso provocado pela falta de respeito ao bem estar social deles. Para a ponta da pirâmide o bem estar social é a arena repleta gritando gol. É a obra de dissimulação da realidade em forma de ficção na conta do entretenimento. Hospitais ficaram invisíveis nestes anos todos. Aqui nesta comarca o hospital é um túmulo de gelo num ambiente onde a invernia é sempre cruel. Todos os anos morrem pessoas ligadas a complicações respiratórias como a clássica pneumonia. Nunca viram isto os governantes e asseclas locais, estaduais e até federais. Detenho-me na fumaça tóxica dos meios de transporte excetuando alguns como a velha carroça e o elevador. Quando a quarentena terminar a poluição retornará e os problemas respiratórios aumentarão em ritmo vertiginoso. Tudo será debitado na conta do “novo vírus da moda” no campo das patologias. Isto não é “negacionismo” é a inversão de responsabilidades para a conta minguada do pobre homem comum. O pobre homem comum deve utilizar máscaras. O carro que fumega toxidade deve andar solto e livre. Sendo ele mesmo índice de desenvolvimento econômico em termos de reprodução. Culpam o homem que fuma ao lado do carro com o motor gerando toneladas de resíduos na cara do contribuinte. Carro tóxico é bonito. Saúde é outro assunto. No caso da doença em voga nada mais resta do que colocar máscara e obrigar pela força da lei o respeito pela contaminação grupal. Máscara salva. O importante é crer em tudo que se diz para poupar o sistema de saúde desde muito tempo aniquilado. A boca será tapada. Os mortos pelo vírus da desassistência também serão tapados. Tapem bem os olhos terá também a sua versão, e assim vamos reproduzir um sistema imunológico semelhante ao sistema político.