CAFÉ PARIS / LITERATURA FLUMINENSE
POR QUE NÃO ESTUDAR
A OBRA LITERÁRIA DOS “PARISIENSES”?
Alguns dados deste livro foram ”plagiados” de autores que escreveram ora sobre o Café Paris, ora isoladamente sobre cada um dos poetas que participaram da mais famosa Roda literária de Niterói, antiga capital fluminense, na década de 1920.
Os niteroienses não entram nos cânones da literatura lusófona e a razão é muito simples: eles estariam fora do eixo Rio-São Paulo e também não tinham um empresário endinheirado que os bancassem.
Estudiosos que se debruçam sobre a produção “parisiense”, e são poucos, chamam-na de segunda geração parnasiana ou pós-parnasiana, embora muitos dos poetas, em seu conteúdo, apresentem leves características simbolistas. Com isso, Niterói tornou-se o berço da resistência parnasiana ao Modernismo imposto pelos paulistas naquela época.
A Roda do Paris, movimento espontâneo, acontece justamente quando, ao mesmo tempo, explode o enfezado Movimento Modernista, declarando guerra aos poetas parnasianos, como ao fluminense Alberto de Oliveira, pretendendo demolir os sólidos pilares dos templos gregos e latinos dos sonetistas.
Outros, porém, como Luiz Leitão e Nestor Tangerini, aproximaram-se do Modernismo no conteúdo, embora escrevendo sonetos satíricos, mantendo a forma parnasiana, uma vez que são também filhos da escola clássica proposta por Petrarca.
Leitores de Bocage, e até mesmo do barroco Gregório de Matos, Leitão e Tangerini, mostram ao leitor a que vieram: escrever seus nomes na literatura satírica de língua Portuguesa.
Muito antes da publicação do pequeno mas importante livro Os Poetas do Paris, da Coleção Aos Clássicos Fluminenses, volume 9, Organização e apresentação de Luiz Antonio Barros, Editora Nitpress, Niterói, RJ, 2014, já tinha na gaveta esta Antologia que ora apresento.
Nelson Marzullo Tangerini escritor.
Texto de abertura do livro
Antologia dos Poetas do Café Paris,
Nelson Marzullo Tangerini.