Maiakovski e o mar agitado
LEMBRO que o cantor e compositor João Bosco, nos seus shows, antes de cantar a bela música (dele e do saudoso Aldir Blanc) "Corsário", costumava declamar um poema de Maiakovski. Domingo vendo no Youtube o vídeo de um programa "Ensaio" com ele, há um trecho em que ele fala do poema, e depois canta a música arretada.
Talvez o poema nao tenha nada a ver cm a situação que atravessamos, mas para mim ele funcionou como uma injeção de ânimo. Como estou muito carente de alento, esperança e incentivo, apelo para a poesia. Tudo bem, sei que háos profissionais da autoajuda.Dispenso-os, fico com a querida poesia. Ela não enrola e nem faz pegadinhas. Vou transcrever o poema de Maiakovski:
"Fiz ranger as folhas do jorna/ abrindo-lhes as pálpebras pisantes/ e logo/ de cda fronteira distante/ subiu um cheiro de pólvora/ perseguindo-me até em cassa./ Nestes últimos vinte anos/ nada de novo há/ no rugir das tempestades. Não estamos alegres,/ é certo,/mas também por que razão haveríamos de ficar tristes?/ Omar da história/ é agitado,/ As ameaças/ e as guerras/ haveremos de atravessa-las,/ cortando-as/ como uma quilha, corta as ondas".
Ninguém pode contestar Pound: "Os poetas são as antenas da raça".
O poema é lindo. Inté.