Para o Conde da Groenlândia
RESOLVI hoje, com certo atraso, responder a uma pergunta do Conde de Charky City, Groenlândia, o nobre gaúcho Conde Antonio Bacamarte. Num comentário a uma das arengas diárias deste humilde plebeu matuto do beição (vide foto), o nobre perguntou o que era ua fateira. Isto porque no texto "Nero e o incêndio de Roma", eu escrevi que a história oficial mentia mais do que cachorro de fateira.
Vou responder transcrevendo o início de uma maltraçada que escrevi em 2015, "Cachorro de Fateira". Eis o trechinho:
"Antigamente quando alguém mentia muito a pessoas diziam: - Mente mais do que cachorro de fateira. Explico: o cachorro de fateira era o vira-lata que ficava rondando o serviço das fateiras que limpavam as víscera dos bois para se fazer a famosa buchada. Esses cachorros também ficavam escondidos no debaixo do balcão dos açougues do interior esperando que caísse um pedacinho do "produto" ou esperando a oportunidade para dar um bote. Ficavam excitados, num pé e noutro, fingindo, então as pessoas diziam que estavam mentindo e pegou a expressão, "mente mais do que cachorro de fateira".
Bem, a expressão caiu em desuso, mas eu e outros matutos adentrados nos anos, ainda a usamos, ainda a empregamos, no meu caso tanto falando como escrevendo.
Uma pergunta nao pode calar: no Rio Grande do Sul nunca houve mulheres que limpavam vísceras de bois, nem cachorros que pintavam no pedaço?
Acho que a explicação satisfaz o conde, embora fique pensando que ele nunca comeu uma buchada. Inté.