COVARD-20

COVARD-20

(Crônica de Carlos Freitas)

Indiferente ao pandemônio da Pandemia, que assola os sete conflitantes Continentes do planeta Terra, a Natureza, aproveita o inesperado hiato criado ante as múltiplas agressões sofridas, para fazer uma faxina em suas Oceânicas águas, fantásticas Geleiras, fabulosas Florestas, Fauna, Flora e sua Camada de Ozônio, que deveria filtrar 95% dos raios ultravioletas... - Sol menos abrasador nas praias? -Veremos. Por hora nos domina o aterrorizante medo da morte...

... Como que atingido por um soco destruidor, que atravessou a sala na velocidade de um raio, fui arremessado numa masmorra, invadida pelas trevas. Combalido, tentei voltar à minha confortável poltrona, todavia, percebi que ela não mais existia, e nada, jamais voltaria a ser como dantes. Prá ninguém! Eu e você nos descobrimos impotentes e à mercê de um maldito vírus chinês (Covid-19). Impiedoso, aniquila vidas como leões famintos. Uma a uma, as nações prostram-se ante a sua voracidade. Os idosos, suas mais cobiçadas e indefesas presas. A decretação da quarentena escancarou, e trouxe à tona o tamanho das nossas fragilidades Sociais, físicas, mentais, espirituais e psicológicas. Nossos medos se materializam a cada anúncio de mais mortes, e chocantes traumas familiares. Cruéis filmes de terror! Os entes queridos, que se vão não tem ao menos o direito de uma despedida digna. Transportes pelo Ar, Terra e Mar, Eventos Esportivos (Olimpíadas inclusive), Sociais, Políticos, Escolares, Faculdades e Universidades... Tudo proibido, e em Quarentena. A palavra de ordem é: Não saiam de casa! Médicos, Enfermeiros e Auxiliares, heróis anônimos, combatem na linha de frente. Muitos se contaminam, e não resistem. Mas, a morte não significa o ato final. Corpos, sem cerimônias de despedidas, se amontoam nos hospitais, necrotérios, e em carretas refrigeradas. Aguardam a disponibilidade de covas. Meu Deus! Nefasto!

Até quando durará essa horrenda maldição não sabemos, mas, certamente que tempos difíceis e desafiadores nos esperam. As economias das Nações destroçadas. Os Governos e governados empobrecidos. O desemprego, a fome e a violência... Disseminados! Desafios sociais homéricos. Mais que nunca, teremos que reaprender a arte do recomeço, da solidariedade... Do enxergar os excluídos. É, a hora da verdade. Hora para reflexões e renovação da nossa fé. Nas asas do real, vivemos inimagináveis, angustiantes e caóticos dias irreais! O mundo está moribundo.

Que Deus nos dê discernimento e sabedoria em cada passo dado. Que possamos sair dessa cela doméstica, e voltemos aos nossos trabalhos e à produção. Que reencontremos nossas famílias, amigos, filhos, netos... Nossos amores. Que possamos abraçá-los, beijá-los, festejá-los, e com eles chorarmos... Lágrimas de alegria.

Somos testemunhas oculares do nascer de uma Nova Era! De uma nova filosofia de vida. Que volte aos nossos corações a esperança, a sensatez, a luz e a Paz aos nossos caminhos!

Que Deus nos permita reconstruir uma nova História... Que trilhemos novos horizontes!

Grande abraço a todos. Saudades.

Deus nos abençoe!

Carlos Freitas

29.04.2020

Carlos Freitas
Enviado por Carlos Freitas em 05/05/2020
Reeditado em 01/01/2024
Código do texto: T6938317
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