À espera do inverno bviw
Se eu disser que não há nada a temer, nem a morte, nem a dor nem a pandemia. Se eu disser que nossa alma transcende a tudo. Ultrapassa corpos, afetos, apegos, razão e sensibilidade. E, flutuando vai aonde quiser. Sai voando pela janela. Pousa no ninho de biquinhos de lacre. E ainda vê num céu límpido, o avião como se fosse um pássaro.
Se eu disser que tudo que amei ou desamei. Só existiu em minha imaginação. Dentro dos romances e livros que guardei. Por rendas e tramas de crochet. Se eu disser? Minha voz soprano contralto. Meio grave e aguda diz tantas coisas. Segue ortoepia, teme a gramática e a sintaxe. E, se entrega a poesia como se fosse irremediável. Se eu disser tudo que penso sobre você, sua arrogância, carência e sua prepotência. De nada adiantaria. Sua consciência está adormecida. Anestesiada pela hipnose do poder. Suas mãos não mais humanas, destroem, esmigalham e esfarelam a esperança. Não adiantarão lágrimas, atentados, expedientes jurídicos e nem protesto. Tudo que nos resta é ficar em silêncio. E, com olhos atentos, não esquecer daqueles que nos vilipendiaram. Daqueles que nos desumanizaram. E, como um animal acuado e selvagem, urrar, gritar e morder. Mas a civilidade nos impede. A flegma da neblina inexistente se torna outonal e
clama pelo inverno para aplacar as chamas incandescentes dos conflitos.
Se eu disser que não há nada a temer, nem a morte, nem a dor nem a pandemia. Se eu disser que nossa alma transcende a tudo. Ultrapassa corpos, afetos, apegos, razão e sensibilidade. E, flutuando vai aonde quiser. Sai voando pela janela. Pousa no ninho de biquinhos de lacre. E ainda vê num céu límpido, o avião como se fosse um pássaro.
Se eu disser que tudo que amei ou desamei. Só existiu em minha imaginação. Dentro dos romances e livros que guardei. Por rendas e tramas de crochet. Se eu disser? Minha voz soprano contralto. Meio grave e aguda diz tantas coisas. Segue ortoepia, teme a gramática e a sintaxe. E, se entrega a poesia como se fosse irremediável. Se eu disser tudo que penso sobre você, sua arrogância, carência e sua prepotência. De nada adiantaria. Sua consciência está adormecida. Anestesiada pela hipnose do poder. Suas mãos não mais humanas, destroem, esmigalham e esfarelam a esperança. Não adiantarão lágrimas, atentados, expedientes jurídicos e nem protesto. Tudo que nos resta é ficar em silêncio. E, com olhos atentos, não esquecer daqueles que nos vilipendiaram. Daqueles que nos desumanizaram. E, como um animal acuado e selvagem, urrar, gritar e morder. Mas a civilidade nos impede. A flegma da neblina inexistente se torna outonal e
clama pelo inverno para aplacar as chamas incandescentes dos conflitos.