Futebol Além Dos Sentidos

Na condição de cronista amador, estou sempre atento, pois o material a ser utilizado, pode surgir das mais diversas ocasiões. A ocasião faz a crônica.

Papo durante a aventura no transporte cotidiano, ouvido indiscreto ao papo de mesa vizinha em algum café ou restaurante, papos bem mais longos em viagens intermunicipais, desabafos mais íntimos, mensagens postadas nessa parafernália tecnológica, doações da natureza, fatos do dia-dia ...

Esta nasceu ao perceber, durante a resposta que dava à gozação de amigo torcedor de time, considerado o maior rival, que poderia ser transformada numa crônica.

Todos conservam de seus ancestrais algum comportamento. Nós, brasileiros, temos em sua ancestralidade: a paterna, europeia: e a materna, asiática e ou oceânica (nativa) e africana. Difícil, então, não termos inclinações migratórias.

Por outro lado, é difícil entender o social numa cidade, sem se ter um time local para torcer. Assim, nas andanças por cidades com período significativo de permanência, tornei-me torcedor de cinco times. Apenas um se encontra em situação confortável nas tabelas de classificação.

Devido a essa situação, recebo gozações aos montes. Aqui, em São Lourenço, dos atleticanos, de Goiânia, dos alvos rubros, de Belém, daquela torcida com a camisa plágio da Argentina, de São Paulo vem desde a baixada, passando por Itaquera e, até, do Morumbi, e do Rio dos urubus, agora, voando como condor.

Como disse Machado: “ao vencedor as batatas”. Mas, essa gente não entende que é muito menos pelo vencer e muito mais pela beleza e magia das cores das camisas: a natureza é verde, e verde também é o pé do açaizeiro, que arroxeia os sorrisos da criançada, mas, às vezes, travesso, prende, maltrata e não deixa o papagaio (semelhante à pipa) voar livre para ficar mais perto do branco das nuvens de manhã ensolaradas; o céu, o olhar do grande e definitivo amor, bem como as águas das mais lindas praias são azuis; vermelho é da vida e, também, do amor a cor e, finalmente, o branco, a tão procurada, a tão pedida em orações, a tão esperada, e, ainda, inalcançada paz.

Se algum dia compreenderem, perceberão que as partidas são muito mais que competições, são quase orações pelo retorno de riso perdido da infância, são aplausos de reverência e gratidão á beleza, são celebrações pela esperança, pela vida, pelo amor e pela paz. E que essa experiência, diria o tricolor das Laranjeiras Nelson Rodrigues, sobrenatural, somente pode ser vivenciada na presença das vibrações dessas cores, expressões simbólicas desses nobres atributos.

Bate, bate coração tricolor, vibra em verde, branco e vermelho, na esperança, na paz e no amor;

Ventre da baleeira Tibiriçá, em dia iluminado e pleno, dançou a alegria no Guajará, pelo nascer do Clube do Remo (Leão Azul);

Quando surge o alviverde imponente, no gramado em que a luta o aguarda (alviverde com um toque de vermelho pelo nascer Palestra);

Eu sou Goiás, eu sou Goiás e vou gritar, até o peito me doer (alviverde);

Nos gramados de Minas Gerais, temos páginas heroicas e imortais

Cruzeiro, Cruzeiro querido (azul e branco).

Essa magia das cores num embalo rítmico, marcado pelo canto coral da torcida, faz o futebol ir muito além dos sentidos.

Endereços pertinentes:

FLUSÃO CENTENÁRIO

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CLUBE DO REMO PAI D’ÉGUA

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CLUBE DO REMO – BELÉM – PARÁ – ORIGEM E FUNDAÇÃO

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CLUBE DO REMO – BELÉM – PARÁ – TÍTULOS EM DESTAQUE

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CLUBE DO REMO – BELÉM – PARÁ – ACADEMIA DE FUTEBOL

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CLUBE DO REMO – BELÉM – PARÁ – DESTAQUE PARA ADMINISTRAÇÕES

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CLUBE DO REMO – BELÉM – PARÁ – TORCIDA

http://www.recantodasletras.com.br/artigos/6031380

J Coelho
Enviado por J Coelho em 05/05/2020
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