Eternamente Aldir Blanc

CHORA a MPB, partiu o grande poeta, cronista e ser humano notável que marcou profundamente a nossa cultura, Aldir Blanc. Um letrista, diga-se de passagem, no nível de Chico Buarque, Caetano Veloso, Paulo César Pinheiro e Vinicius de Morais. Partiu não, foi arrancado da vida pelo coronavírus. Aldir diria Guimarães Rosa, se encantou.

Aldir foi letrista de canções e sambas eternos como "Bala com Bala", "Mestre Sala dos Mares", "O Bêbado e o Equilibrista", "Corsário", "De frente para o crime", "Amigo e pra essas coisas"... E a que mais gosto que não é canção e nem samba, mas bolero, "Dois pra lá e Dois pra cá" (adoro o bandaid no calcanhar e ouísque com guaraná. Um bolero arretado e que fica ainda mais arretado na voz da saudosa Elis Regina.

Aldir era psiquiatra, mas optou pela música. E foi excelente cronista, um dos melhores do país, deixou vários livros publicados, tinha um estilo inconfundível. Era -e continuará sendo - uma marca registrada da nossa cultura.

Pessoas como Aldir são estrelas e estrela não morre muda de lugar. A esta hora, com certeza, recepcionado pelos saudosos grandes mestres da MPB, estará no Barracão da MPB no Paraíso ouvindo Elis cantar "Dois pra lá e Dois pra cá". Eternamente Aldir Blanc. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 04/05/2020
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