Maio de belas homenagens
1. Nasci em março. Mas adoro o mês de maio. Maio das flores; dos benditos alegres; das novenas marianas; das mamães; de Maria, a mãe do Profeta de Nazaré. É verdade, que se dá maior realce ao Dia das Mães, evento com robusto apelo midiático e comercial.
2. Mas, no mês de maio, não se homenageia apenas as mães. Outras justas homenagens também são prestadas no decorrer dos seus trinta e um dias. E é o que vou mostrar, procurando ser o mais resumido possível. Até para não entediar o meu leitor.
3. O Dia das Mães. Comemorado sempre no segundo domingo de maio. Nesse dia, escreve-se afáveis crônicas; meigos poemas; e se canta ternas e dolentes canções saudando as mamães.
4. As floriculturas escancaram suas portas e vendem rosas e outras flores, cheirosas ou inodoras. Cheirosas ou não, o importante é levar ou mandar um lindo buquê para a Velha, que, às vezes, chora, agradecendo.
5. Falei em poemas. Posso estar sendo cafona, mas vou dizer o seguinte: acho o soneto "Ser mãe", do poeta Coelho Netto (1864-1934), o mais bonito para se dizer às mães no seu dia. - "Ser mãe é andar chorando num sorriso!/ Ser mãe é ter um mundo e não ter nada!/ Ser mãe é padecer num paraíso".
6. No Dia das Mães, homenageio duas mães. São elas: Maria Luiza, que me deu à luz e Ivone que deu à luz os meus dois filhos, Paulo Fernando e Adriano.
A primeira, já no céu, receberá um jarro de orações; a segunda, o agradecimento pela convivência sadia que se estende por cinquenta e cinco anos.
7. Como o Dia das Mães alcançou maior destaque, apresso-me em atualizar meus leitores e leitoras, lembrando-lhes que a homenagem às mães foi oficializada, no Brasil, pelo Decreto n. 21.366, de 5 de maio de 1932, assinado pelo presidente Getúlio Vargas.
8. Afirmei que, em maio, outras homenagens são prestadas. Cito duas, escolhidas entre muitas. No dia 7, homenageia-se o Silêncio; e no dia 16, o nosso Gari. Em maio, portanto, o Gari e o Silêncio têm o seu dia. Bravo!
9. Dia do silêncio. Nunca se precisou tanto dele. Por menor que seja o momento em que ele é guardado, se terá, iniludivelmente, felicidade completa e tranquilidade plena.
Recolhi, no livro "No ritmo dos monges", do teólogo beneditino Anselm Grün, esta sua conclusão: "Quando tudo ao nosso redor é silêncio, Deus pode alcançar nosso ouvido o mais facilmente possível". Vale, portanto, curtir pelo menos um minuto de silêncio, no decorrer do dia.
10. Dia do gari. Pois é, o nosso gari é também homenageado no mês de maio. E eu pergunto: quem de vós conhece sua história? Poucos, creio. A verdade, porém, é esta: aos invés de receber a devida atenção, o gari é olhado com indiferença, até por aqueles que, diariamente, cruzam com ele (ou ela), na labuta, chova ou faça sol.
11. O gari não apareceu por acaso ou do nada. Vejam o que diz uma pesquisa que, há minutos, fiz, utilizando-me do Google: "O nome profissional de Gari é uma homenagem ao francês Pedro Aleixo Gary, primeira pessoa a assinar um contrato de Limpeza Pública com o Ministério Imperial, organizando, assim, a partir de 11 de outubro de 1876, a remoção do lixo das casas e praias do Rio de Janeiro". Acumulava o lixo e logo era chamada a "turma do Gary".
12. Na minha rua, aqui na Pituba, meu bairro, trabalha dona Margarida, uma gari exemplar. Uniformizada, protegida da cabeça aos pés, ela executa sua tarefa - acreditem - cantando uma musiquinha que a gente só ouve quando se chega perto dela. Mais parecendo com uma canção de ninar.
13. Sempre que a encontro, cumprimento-a com um delicado aceno e a elogio pelo seu bom trabalho. Ela agradece, sorrindo, com estas palavras cansadas: "Nada, doutor, apenas cumpro minha obrigação". E segue em frente abraçada à sua vassoura, no seu balé de todos os dias.
14. Muito bem. Na pessoa de dona Margarida, homenageio, no seu dia, os garis do mundo. Lembrado de que eles são os responsáveis pelo bem-estar da minha cidade e pelo embelezamento da minha rua. Podiam, pois, ganhar bem melhor; igual, por exemplo, a um senador da República...
1. Nasci em março. Mas adoro o mês de maio. Maio das flores; dos benditos alegres; das novenas marianas; das mamães; de Maria, a mãe do Profeta de Nazaré. É verdade, que se dá maior realce ao Dia das Mães, evento com robusto apelo midiático e comercial.
2. Mas, no mês de maio, não se homenageia apenas as mães. Outras justas homenagens também são prestadas no decorrer dos seus trinta e um dias. E é o que vou mostrar, procurando ser o mais resumido possível. Até para não entediar o meu leitor.
3. O Dia das Mães. Comemorado sempre no segundo domingo de maio. Nesse dia, escreve-se afáveis crônicas; meigos poemas; e se canta ternas e dolentes canções saudando as mamães.
4. As floriculturas escancaram suas portas e vendem rosas e outras flores, cheirosas ou inodoras. Cheirosas ou não, o importante é levar ou mandar um lindo buquê para a Velha, que, às vezes, chora, agradecendo.
5. Falei em poemas. Posso estar sendo cafona, mas vou dizer o seguinte: acho o soneto "Ser mãe", do poeta Coelho Netto (1864-1934), o mais bonito para se dizer às mães no seu dia. - "Ser mãe é andar chorando num sorriso!/ Ser mãe é ter um mundo e não ter nada!/ Ser mãe é padecer num paraíso".
6. No Dia das Mães, homenageio duas mães. São elas: Maria Luiza, que me deu à luz e Ivone que deu à luz os meus dois filhos, Paulo Fernando e Adriano.
A primeira, já no céu, receberá um jarro de orações; a segunda, o agradecimento pela convivência sadia que se estende por cinquenta e cinco anos.
7. Como o Dia das Mães alcançou maior destaque, apresso-me em atualizar meus leitores e leitoras, lembrando-lhes que a homenagem às mães foi oficializada, no Brasil, pelo Decreto n. 21.366, de 5 de maio de 1932, assinado pelo presidente Getúlio Vargas.
8. Afirmei que, em maio, outras homenagens são prestadas. Cito duas, escolhidas entre muitas. No dia 7, homenageia-se o Silêncio; e no dia 16, o nosso Gari. Em maio, portanto, o Gari e o Silêncio têm o seu dia. Bravo!
9. Dia do silêncio. Nunca se precisou tanto dele. Por menor que seja o momento em que ele é guardado, se terá, iniludivelmente, felicidade completa e tranquilidade plena.
Recolhi, no livro "No ritmo dos monges", do teólogo beneditino Anselm Grün, esta sua conclusão: "Quando tudo ao nosso redor é silêncio, Deus pode alcançar nosso ouvido o mais facilmente possível". Vale, portanto, curtir pelo menos um minuto de silêncio, no decorrer do dia.
10. Dia do gari. Pois é, o nosso gari é também homenageado no mês de maio. E eu pergunto: quem de vós conhece sua história? Poucos, creio. A verdade, porém, é esta: aos invés de receber a devida atenção, o gari é olhado com indiferença, até por aqueles que, diariamente, cruzam com ele (ou ela), na labuta, chova ou faça sol.
11. O gari não apareceu por acaso ou do nada. Vejam o que diz uma pesquisa que, há minutos, fiz, utilizando-me do Google: "O nome profissional de Gari é uma homenagem ao francês Pedro Aleixo Gary, primeira pessoa a assinar um contrato de Limpeza Pública com o Ministério Imperial, organizando, assim, a partir de 11 de outubro de 1876, a remoção do lixo das casas e praias do Rio de Janeiro". Acumulava o lixo e logo era chamada a "turma do Gary".
12. Na minha rua, aqui na Pituba, meu bairro, trabalha dona Margarida, uma gari exemplar. Uniformizada, protegida da cabeça aos pés, ela executa sua tarefa - acreditem - cantando uma musiquinha que a gente só ouve quando se chega perto dela. Mais parecendo com uma canção de ninar.
13. Sempre que a encontro, cumprimento-a com um delicado aceno e a elogio pelo seu bom trabalho. Ela agradece, sorrindo, com estas palavras cansadas: "Nada, doutor, apenas cumpro minha obrigação". E segue em frente abraçada à sua vassoura, no seu balé de todos os dias.
14. Muito bem. Na pessoa de dona Margarida, homenageio, no seu dia, os garis do mundo. Lembrado de que eles são os responsáveis pelo bem-estar da minha cidade e pelo embelezamento da minha rua. Podiam, pois, ganhar bem melhor; igual, por exemplo, a um senador da República...