MÁSCARAS NÃO SÃO BABEIROS
Por anos conservei um babeiro velho e manchado pelo mofo que atacou a baba com o leite que escorrera pelo canto de minha boca. Era a lembrança da minha criancice que foi até os oito anos. Diariamente, quer mamãe, quer vovó me davam uma mamadeira ao invés de cafe da manhã. Antes de sair à escola esta era a minha primeira refeição. A mamadeira,dos último dias, era uma garrafa de pepsi-cola, com um bico fabricado para se usado em garrafas. As vezes o bico, já ardido deixava escorrer um pouco de leite, que era aparado pelo babeiro ou babador, assim protegendo-nos da baba.
Sempre gostei deste apresto, mas nunca mais usei, pois a etiqueta não recomenda que adultos usem.
Trabalhei por alguns anos Centro Histórico de Porto Alegre, depois do almoço, espichava-me até a esquina dita democrática e voltava aos quarteis, onde trabalhava no mais para o oeste, o QCG da Brigada.
Numa dessas andanças, na Praça da Alfândega, próximo a Carta de Getúlio Vargas, assisti uma bela moça xingando um veterano, porque ele havia mexido com ela. Em dado momento ela perguntou:
- "Cadê o teu babeiro velho babão?"
Hoje lembrei-me do episódio, quando vi um veterano passar por aqui, com a máscara arriada, logo abaixo da boca e deu-me vontade de dizer-lhe:
- Coloques direito este babeiro, seu velho babão!
Agora no noticiário desfilaram dezenas de idosos babões!