A Sociedade e a Nação

Quando se pensa em auditar as contas do governo, suas obras, até se pode deduzir os resultados. É incrível, mas possível adivinhar e acertar. A punição às mazelas é que é imprevisível saber; quase nunca acontece!

Qualquer hora dessas um juiz anônimo dirá à nação que Valério agora é inocente porque não é mais o careca de ontem. Sua cabeleira hoje modifica o julgamento. Deverá recorrer ao rio de Heráclito e justificar-se, pela fenomenologia daquele, a mudança do réu!

Anunciar-se que aproximadamente 6 milhões de brasileiros saíram da linha da miséria carece de um novo entendimento que não apenas o resultado estatístico cru!. É difícil de acreditar. A população cresce naturalmente, embora a taxas menores. Será que os que saíram não são os mesmos que deixaram de entrar? Hoje a mulher que habita a miserabilidade de vida pare 80% menos que há poucos anos atrás. Esse não seria o viés do marco desse pseudo- resultado? Acho possível.

Este país há hora em que é lindamente triste como uma guarânia ou profunadamente triste como um fado ou lacrimejador como um tango. Há um certo abandono em se dizer a verdade, notícias sérias, novidades esperadas de ouvir-se. Por que será? Bocas tantas dizem tanto, poucos ouvidos ouvem e raros braços se dão ao trabalho cívico de construir uma nação maior do que cada um dos nossos interesses privados. A Pátria que desejamos tem de ser a apreciada por todos.

Não desejo estar entre os loucos das multidões, nem tampouco os tantos que se quedam às desilusões e nem mais desejam. Quero ver o meu país enorme, sério, invadido pelo trabalho, gerando empregos fartos.

Para tantos sonhos acontecerem, devemos dormir; mas, para que esses sonhos se transformem, não apenas em verbos mas em retratos de um grande desenvolvimento, é necessário ação, muita ação mesmo!

A pátria com que eu tanto sonho não deveria ter partidos políticos, mas grandes discussões sobre temas nacionais, zelo pelo erário, respeito às leis, cumprimento dos deveres cidadãos. Se há uma boa saúde e uma boa educação, não se encontrarão a miséria e o crime como nos níveis atuais. O Brasil, antes de ser governado, precisa ser gerido com todo o carinho que seu povo merece e espera.

E não façamos apenas ouvir as guarâneas do cotidiano, quando a alma apenas chora, mas assistamos aos carnavais alegres de um desenvolvimento bem lastreado e resolvedor dos cruciais problemas do país. Já podemos confiar em que o país não necessita do Congresso Nacional aos moldes do que hoje temos, mas de empresários comprometidos com o desenvolvimento social e de um grupo de bons brasileiros discutindo com a sociedade suas diretrizes, fazendo cumprir-se as leis e erradicando não apenas a miséria, mas a pobreza como um todo. Com isso não vamos sonhar com a crença de que todos seremos ricos. Hão de existir as economias dos mais esforçados, diferentes das dos comuns, mas apenas ligeiramente diferentes. A diferença entre uns e outros é que não deve permanecer como é hoje, uma lepra miserável de injustiça e exclusão quase total. O Brasil só será grande se grande também for o seu povo!