TRABALHO... (01052020)

Dia dedicado à comemoração do ‘Dia do trabalhador’. Poderia, talvez devesse, ser o ‘Dia do trabalhador refletir...’. Sobre o quê? Muitos aspectos. O mais importante seria sobre o significado, de fato, do trabalho no contexto atual. Será que o significado que se tem sobre o trabalho é consciente, científico, fruto de reflexões elaboradas ou é alienado, baseado em opiniões, ideologias e definições manipuladas propagadas pela elite que domina e mantem todos os mecanismos e instrumentos do trabalho sob uma perspectiva domesticada? Da resposta a esta questão dependem as visões e crenças no/do trabalho e destas dependem os sentidos que são construídos sobre a relação com o trabalho.

Pensar o trabalho a partir da perspectiva consciente implica compreender de forma crítica e transformadora a relação com o mesmo. Esta forma somente se valida por meio de ações e posições que tem na ação a própria consciência. Agir de forma consciente tem relação com comportamentos de acordo. Seria diferente de ter consciência. O alienado tem consciência, ou pode ter, mas não age de acordo com a consciência. Conforma ou enforma-se na situação. Ao agir está se exercitando a consciência.

Como agir? Uma primeira atitude é uma posição crítica argumentativa. Não criticar por criticar, mas compreender o processo que ocorre no interior da relação trabalhador e elite dominadora (Sistema Capitalista). Isso só é possível acessando e estudando textos, discursos e conhecimentos que explicitam as relações que o capitalismo produz e reproduz ao longo da história tentando manter sua perversa e criminosa forma de explorar o trabalhador para manter o lucro que caracteriza sua incorrigível e irreformável desumanidade (Mészáros).

Uma segunda compreensão necessária é ter a noção de que todo trabalho assalariado é forma de exploração que alguém exerce sobre o trabalhador. Ainda que você se sente confortável e ‘de boa’ com seu trabalho e salário. O aspecto exploratório de todo trabalho assalariado situa-se de que o trabalhador não participa da divisão do produto que ele mesmo produziu. A ‘mais-valia’, de trabalho=produção, ambas centradas no trabalhador é o que sustenta o capitalismo. Toda riqueza e bem estar que o capitalista usufrui é produto de uma relação de exploração criminosa se for considerada a partir de uma perspectiva humanizadora.

Portanto, o trabalho no contexto atual do capitalismo não tem nada de positivo e muito menos de dignidade, conteúdo para uma próxima reflexão.

Parabéns a todos nós trabalhadores, alienados ou não.