Caos
Cúmplice das irreverências que desafiam o mundo, ela tem gosto de caos. Suas chamas queimam nos olhos e rabiscam o avesso da minha pele, visível no reflexo de espelhos irreais, sem testemunhas.
Confissões nunca interpretadas, somos um segredo quando estamos sós. Seus conflitos no fim são os meus, do seu trono de gelo desce para me saudar.
Ela é um satélite brilhante que está em toda parte, tem mar dentro de si, de forma que não se pode prever. Ela é vento embaraçando meus cabelos negros, e não encontro seus pedaços quando viro copos envenenados de loucuras nas madrugadas de rebeldia, onde as senhoritas flertam e sussurram.
Nas noites, almejo por apenas mais uma dose, uma taça de nós, o caos, a chama queimando até chegar às cinzas... Elas vêm até mim, mas ninguém é igual.
Eu gosto do que somos, assim sem correntes, sem amanhã, somente fogo, apenas caos, apenas nós.