Comentários a respeito de um homem público eleito democraticamente
Tentar justificar a postura de desdém e pouco caso do presidente com relação ao número absurdo de mortos por covid-19, no Brasil, é inaceitável.
Continuar atribuindo honra e honestidade a esse poderoso, que governa na base do "quem manda sou eu", buscando estabelecer uma grande diferença deste com todos os outros presidentes, dando a entender que seus não-seguidores favorecem corruptos, ultrapassou as medidas do bom-senso. Eu, pelo menos, sempre fui uma crítica severa da corrupção. Odeio os ladrões da pátria! Que fique de uma vez entendido: ser contra esse genocida não é ser a favor de nenhum ladrão.
Também não acho que ele seja patriota. Um patriota ama o seu povo e, estando em uma situação privilegiada como a dele, age e se empenha em busca de soluções.
No entanto, o que é que ele faz?
- Levanta polêmicas desnecessárias em um momento de crise sanitária gravíssima;
- tira um ministro que, apesar dos seus defeitos, estava fazendo um trabalho bom com relação à covid-19;
- e, então, põe no ministério um fantoche que, além de não apresentar algo satisfatório sobre as medidas tomadas com relação à covid-19, não dá um pitaco sobre o fato de o líder do país andar por aí apertando mãos, sem máscara, quando deveria dar o exemplo.
E aí, quando a gente pensa que parou, outro monstro pula da lagoa, deixando clara a intenção da presidência de ter uma Polícia Federal "para chamar de sua, como se ela fosse um instrumento de manipulação da própria família", segundo disse muito bem Marcelo Freixo.
Porém, o "e daí?" foi a gota d'água, o fim. Até o Carlos Vereza pulou fora deste edifício cujas escadas foram construídas com os degraus de todas as boçalidades que JB não se cansa e não tem vergonha de proferir. Tanto que (as tais escadas) parece terem sofrido a ação de um Super Espinafre, permitindo a quase todo o planeta alcançar andares altíssimos de um espigão de estupidez que bem poderia ser um monumento ao Febeapá. Nesse caso, o Stanislau Ponte Preta, se fosse possível, ficaria de queixo caído ao saber que o festival de besteiras que assolou o Brasil do seu tempo já foi superado há muito por esse querido e seus eleitores felizes cuja consciência atingiu patamares da dormência total.
O único argumento que os seguidores deste presidente tem hoje em sua defesa, volto a repetir, é essa história de corrupção que subtraiu tanto dos cofres públicos em outros governos, fazendo com que eles clicassem no 17 para salvar a pátria de tentáculos rapinos. O Brasil tem muitos corruptos mesmo. Mas, como o tempo é o maior princípio de todos os princípios, excluir este governo deste conluio é coisa que só a História vai poder fazer.