COMO ERA O SERTÃO PIAUÍ 1960/73.

Como era o sertão do Piauí onde nasci, interior Dom Inocêncio, Piauí até 1960. Era o tempo dos tropeiros e boiadeiros. Escola quando havia era particular tipo pela pedra onde o professor não sabia nem para ele. O aluno usava caneta tinteiro, fazia cantoria aprendendo o ABC ARITMÉTICA e cartilha. Quando já mais adiantando copiava textos de livros quem os tinha, e fazia o ditado. Tinha de saber a tabulada de cor.

A palmatória era método pedagógico, mas era uma forma infantil de aprendizado, pois é difícil aprender algo na pancada e sim pelo estimulo. Contudo, não é que o cara aprendia a ler escrever uma carta, fazer as quatro operações. Já era um “sabido”.

Missa uma vez por ano onde havia batizado, casamento, às vezes crisma. Rolava muito forró, cachaça, brigas na faca cabo de chifre. Noivos e festeiros iam a cavalos e jumentos outros a pé.

Comida: carne de bode, milho com feijão. Arroz era coisa de rico. Para fazer beiju tinha de lavar a mandioca ralada em muitas águas. Para fazer um cuscuz tinha de botar o milho de molho e usar pilão era trabalhoso. Café torrar e pilão. Arroz com casca tinha de pilar. Enfim, tudo era com muita mão de obra.

Noticias quando tropeiros e boiadeiros cruzavam vindo de outras regiões vilas cidades. Rádio só na cidade. Uma música fazia sucesso por mais de dois anos. Os sanfoneiros tinham de ficar improvisado umas notas e versos singelos. Corria muita fofoca, as Fake News de hoje.

Hoje lá está mudado. Escolas, vacinas, automóveis, internet. Mas chegaram também costumes, drogas e violência à mão armada.

Um resumo de parte do que vi e ouvi no alto sertão piauiense nos anos 1960/73.

ADÃO NHOZINHO

ADÃO NHOZINHO
Enviado por ADÃO NHOZINHO em 29/04/2020
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