Diário de um enclausurado

Diário de um enclausurado

20 de abril – conceito

Acordei limpando e lendo, como de costume. Nada foge desses dias; tudo é a mesma coisa. Apenas o vírus continua circulando por um país parado e atento. Mas, o que me chamou a atenção, depois de um café magro, foi o que li nas redes sociais. Aliás, nada ali é confiável, pois a verdade é uma construção, acredita-se quando convém. Verdade passou a ser sentimental. Os posts dos “intelectuais” de cozinha são, simplesmente, frases copiadas e repetidas amiúde; nada de novo. Cegos guiando idiotas que buscam propagar a estupidez coletiva. Entretanto, fazem com ódio e amor, uma confusão sentimental.

Depois de tanta leitura vazia (tenho que ficar informado sobre as identidades criadas nas redes sociais), percebi que o tolo ( só posso classificar assim) pensa que é patriota porque ama um governante que só tem um discurso vazio e um desejo autoritário. Até indivíduos que, outrora pareciam inteligentes, recopilam fakes e frases clichés para erguer um herói que venha proteger-lhe da sua fraqueza diante do mundo. E o pior é ouvir esse bordão vociferado pelo idiota da vez: pessoa de bem. Risos democráticos.

Passei a minha tarde entre café e leitura e ao fundo uma canção alegrava meu dia de sempre: “apesar de você amanhã há de ser outro dia... com certeza, será!

Com a chegada da noite, assisti a um filme O grande ditador e lembrei de...

Logo o berrante tocou e o gado foi se alimentar de ódio, mas jura que é amor. Sem falar que se for contrário, o imbecil ergue um discurso morto na guerra fria , contudo, sem saber o que é, repete. Risos democráticos

Vou dormir, pois o idiota me dá sono!

Mário Paternostro