O grito
Edson Gonçalves Ferreira
Não sou megalomaníaco, mas, às vezes, tenho que gritar quando vejo, por exemplo, pessoas que trabalham em Divinópolis e tiram de nossa cidade o próprio sustento, trabalhando em diversas áreas e não consideram os valores de nossa terra e, ainda, não se importam nem em tentar conhecê-los e reconhecê-los.
São pessoas que fazem o contrário do que faz o pós-doutor, doutor e professor Pedro Pires Bessa que, agora, lançou mais um livro sobre a história da literatura atual, em crônicas, no Divinópolis Clube, dando uma lição viva para essa gente. Afinal, creio que, quem aqui resolveu se estabelecer deve assumir a cidade como sua e, para tanto, tem que transferir seu voto para a nossa cidade, zelar por ela como se fosse a sua terra natal.
Quando de promoções de eventos sócio-econômico e culturais, é bom não ignorar que esta cidade – Cidade do Divino – tem poetas como Adélia Prado, Lázaro Barreto, Jadir Vilela de Souza, Edson Gonçalves Ferreira (sim, sou eu mesmo e com orgulho), Osvaldo André de Melo, Fernando de Oliveira Teixeira; artistas plásticos como: GTO, Mário Teles, Celeste Brandão, Ivan Mário, Gedley Belchior Braga, Nilton Bueno, Gilberto Raimundo, Eliza Zappalá, Wilméia Horta, Judith Amaral, Olivier Mourão, entre outros.
Na Música, temos grandes nomes como: Maestro Antônio Gontijo Filho, Thúlio Mourão, Marcinho Miranda, Maria Cecília Guimarães dos Santos, Djanira Luiza dos Santos, Denise Gonzaga, Alaor Gonçalves, Lucas e Terezinha Teles Corrêa, Renato Saldanha, Aulus Mourão, Aloísio Espíndola, entre outros.
E, na Arquitetura: Aristides Salgado dos Santos, Mirian Sena Rabelo; entre outros e, isso, leitores e leitoras, falando de forma bem resumida porque, aqui, nesta crônica, não há espaço para relacionar todos os nossos artistas, corais, orquestras, conjuntos e bandas também.
Fico grato quando vejo o reconhecimento de uma vida toda dedicada à Arte, à Cultura e à Educação reconhecida, porque creio que homenagens a gente faz enquanto a pessoa está viva. Sou da opinião de que, depois, dar nome às ruas ou praças,homenageando quem já morreu só agrada a família, porque defunto não sente. E não estou irritado porque alguém ignorou meu nome não, estou irritado porque, quando vejo gente, recém-chegado na cidade, ignorando os valores da terra de onde tira o seu sustento.
Agora, fico muito triste quando vejo esse tipo de comportamento atingindo até a escola que precisa ter uma educação inclusiva e não exclusiva. As pessoas que ignoram os valores que existem na terra onde vivem, nunca leram Fernando Pessoa que disse: “Na nora que há no fundo do meu quintal, o burro anda à roda, à roda, à roda e o mistério do mundo é do tamanho disso”.