Ressignificando o afeto
Às vezes perder-se é a melhor maneira para poder se encontrar.
Já faz um tempo que eu precisei ressignificar muitas coisas na minha vida, e uma dessas coisas é o que chamam de afeto.
O afeto por alguém, por algum amigo, por familiares, por animais, por mim mesmo.
Foi preciso muita coragem para continuar caminhando, depois de tropeçar muitas vezes em sentimentos de inferioridade, baixa autoestima, decepções amorosas, decepções familiares, quebras de expectativas.
Já mendiguei o tal do afeto tantas vezes. E também já fiz muita besteira por causa dele, ao ponto de esquecer do próprio afeto que eu tinha por mim mesmo.
Não me julgo, acho que é normal se perder por um tempo, afinal já nascemos predestinados ao erro quando nascemos humanos.
Mas por mais humanos que sejamos, é nessas horas que precisamos lembrar que devemos olhar com carinho para nós mesmos.
Hoje entendo que amadurecer é um processo em transformação, uma caminhada em tropeços, que hora cai e hora levanta.
Hoje entendo que por mais longa que essa caminhada seja, e que por mais feio que o tropeço seja, o mais importante é nunca deixar de caminhar, sem esquecer de colocar na bolsa os valores que a gente tem, das batalhas que vencemos para chegar onde chegamos. E ter resiliência para enfrentar as dificuldades que virão.
A vida não tem piedade e o tempo não para, chega uma hora que a alma grita, que a gente deixa o medo pra trás e manda a insegurança ir embora.
Ser feliz é ter sede de viver.
Hoje aprendi que valho muito. E que não existe nada melhor que a sensação de poder ser livre e com sede de conquistar o mundo.
Já dizia Drummond, teus ombros suportam o mundo e ele não pesa mais que a mão de uma criança.