FRAGILIDADE E GRANDEZA.

"DO MEU LIVRO COM OITENTA CRÔNICAS, "ENSAIOS DA ALMA". EDITORA MUIRAQUITÃ.

"Nossa fragilidade é absoluta estando inteira na prisão do corpo a vontade que ama a materialidade que se esgota.

A vida amada ao extremo, por todos os motivos justificáveis, compreensíveis, não teme a morte, inexorável, mas antecipa a saudade da vida, e só. Somos o amanhã da esperança nas asas do amor multiplicado.

A fraqueza corre do forte como a compreensão se afasta do fraco. O egoísmo mata a alma do fraco e o torna covarde e mentiroso, pois mente a si mesmo. Na vala da deficiência se sepulta o culto da personalidade que aspira ser mais do que é quando nada é.

A grandeza da vida não estabelece grades, barreiras, não cerra portas, não esconde a luz do sol, antes mergulha nas profundezas da alma e expande-se na busca dos horizontes fartos onde rebrilha a luminosidade interior que envolve os sentidos até onde a visão alcança.

A grandeza humana derruba paredes, alarga estradas, se solta no mundo, sacia o pouco do muito que nunca saberemos, faz da existência a realidade que antes foi sonho, é a mágica e o mágico, o instrumento e a música, o cantor e o canto, a tela e seu autor, a escultura e o cinzel, a forma e o conteúdo.

Caminhar sem a nada chegar; viver sem construir; nascer sem semear e nada deixar, ao menos vestígios inexistentes de memória, ausentes os frutos por não ser raiz; sofrer e não aprender; reter para perecer; ser sem poder; amar sem doar; ignorar por não entender, é morrer por não compreender.

Essa a fragilidade nascida de vida esgotada por não ter sido vida.

Este é o credo da fragilidade que desconhece a grandeza."

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 21/04/2020
Código do texto: T6924280
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