Gênio diabólico.
O SARS-CoV-2 é um vírus insignificante, cara! Eu me refiro ao tamanho dele. Impossível enxergá-lo a olho nu, o que, por si só, já diz tudo. Mesmo se comparado às células do nosso corpo, lado a lado, ele some, e se não estiver destacado por uma cor que faça contraste entre ambos, fica difícil identifica-lo em um microscópio, a não ser que seja o eletrônico, capaz de ampliar 300 mil vezes uma imagem em cores realçadas. É como se a célula fosse um caminhão, e o vírus, um mero parafuso de pneu. Consegue imaginar a proporção, ou melhor, a falta de? No entanto este verme desprezível é capaz de ameaçar um homem com 1,95m de altura e 120 kg de peso. E visto que, só ameaçar, não basta, ele mete medo no infeliz. Infeliz, porque parece muita covardia um sujeito grandão, maior que a média nacional, se enclausurar dentro de casa por 30, 60 dias seguidos, sem qualquer contato social, por conta desse bicho.
Agora veja como tem um gênio diabólico, o maligno. Para nos ocasionar dano mortal ele penetra em nossa célula se valendo de uma tal proteína S, sua cúmplice descarada, mais conhecida como chave-fechadura, essa prostituta. Depois, já dentro da célula, ele estabelece nova parceria, agora com a proteína N, essa safada sem escrúpulos que esconde a sua mutação para o resto do organismo. Nessa circunstância o nosso sistema imunológico já foi “enganado”. Camuflado, o monstro pernicioso passa a comandar a célula infectada obrigando-a a replicar seu material genético milhares de vezes; a célula hospedeira, quando sobrecarregada, morre - isso acontece em questão de algumas horas após infecção - a membrana que a envolve se rompe e causa uma “inundação” de material genético do chifrudo em nosso organismo, o que leva a contaminação de novas células; milhares delas dessa vez. Esse processo repetitivo leva apenas alguns poucos dias para então provocar inflamação nas mucosas das vias aéreas superiores, ou seja, garganta e nariz, porta de acesso desse bastardo infeliz; depois desce pela faringe e chega aos brônquios e pulmão causando a pneumonia. Essa etapa é considerada o término da batalha de um homenzarrão capaz de puxar, na força bruta, um caminhão.
Ainda que pareça cômico da nossa parte ter que respeitar essa coisa vil (fico tentando compreender como é que surge um animal com estas características tão amargas de tamanha letalidade e causando mortalidade no mundo inteiro) a única defesa contra ele está na proteção fornecida pelo uso de uma simples máscara que cubra ‘o nosso nariz e a nossa boca’. Vias por onde, em ínfimas gotículas de saliva, do tipo aerosol, ele penetra em nosso corpo quando inspiramos, ou sai do nosso corpo quando expiramos ou falamos. Uma prevenção simples e muito eficiente.
Bem, ele chegou ao nosso pedaço e nos fará companhia até que surja uma vacina capaz de exterminá-lo. Enquanto isso não acontece, para o senhor e a senhora que preferem mantê-lo à distância, a recomendação é seguir o que manda a ciência: só sair de casa quando for inevitável e usando máscara no rosto, e, na rua, manter o distanciamento seu das outras pessoas.
E Boa sorte!