Brincando com as fotografias

Não se sabe se é uma crônica, nem mesmo se é uma poesia. Talvez um conto, neste em que as fadas são as principais personagens. Um livro é pequeno para escrever as emoções. Um arquivo na nuvem tecnológica poderá caber, mas brincar com as fotografias é uma linda paixão.

Há tempos, quando se passeava em casas de amigos, lá no alto da parede, bem rende às travas, sempre uma linda fotografia estava ali, presa. Uma foto de um santo ou várias; uma moldura redonda e dentro dela estava a fotografia de um casal. Deveria ser o marido e esposa, no lindo dia do casamento. No pequeno binóculo, dentro de uma gaveta da mesa na sala, nas cores vermelha e azul, continha uma pequena fotografia, algumas eram as recordações de estar em Aparecida, em uma manhã de domingo, outras de momentos lindos vividos, de viagens em cidades onde existiam festas religiosas, enfim, sempre uma recordação.

O tempo vai passando e as lembranças vão sendo congeladas em lindas imagens.

Há tempos, principalmente em festividades, comprava-se máquinas fotográficas. O filme era de doze, vinte e quatro e até trinta e seis exposições para as fotografias. Para o brilho, ou seja, para ter uma melhor iluminação, comprava-se o um componente que iluminava quatro vezes. Tirava-se as fotografias. Segunda-feira era dia para levar o filme para as revelações. Demorava até vinte dias. Quando chegava, de trinta e seis apenas dez, doze ou talvez menos foram reveladas. As outras foram imperfeitas.

Com a chegada das máquinas digitais, as fotografias foram aos poucos se modificando. Coloca-se sol na chuva, avião fazendo baliza. Peixe sorrindo e falando com quem o vê.

Assim, brincar de fotografia é um lindo e maravilhoso passatempo. Nos modernos aparelhos celulares, muitas são as fotografias. Fazem gif, escurecem as imagens, colocam-se orelhas, dão brilho, fazem cartões e outras atividades.

É bom fotografar. É uma terapia muito emocionante estar ali, bem perto, de flores, de animais, da natureza, dos pássaros, do céu, da aérea. Dar um clic é uma sensação da leveza, é uma calma espiritual de cada um.

Fotografar é uma arte, assim como escrever. Brinca-se com as cores, brinca-se o que será fotografado. Entra em brejos, água, matas, sobe em pedras, ultrapassa multidões para congelar uma imagem, talvez a mais simples será a mais bela.

JOSÉ CARLOS DE BOM SUCESSO
Enviado por JOSÉ CARLOS DE BOM SUCESSO em 19/04/2020
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