TERCEIRA GUERRA MUNDIAL
Eu sempre pensava que uma terceira guerra seria entre um país rico contra outro país rico em busca de mais riqueza e poder.
Eu nunca imaginei que a guerra seria totalmente diferente. Um inimigo invisível que seria a grande frente de batalha e todos os países, ricos e pobres estariam do mesmo lado.
E quem vai ganhar essa guerra?
Será quem melhor se preparar. Quem for mais humano possível.
Será o país que investir pesado em ciência e tecnologia.
Será o país que investir em estrutura hospitalar e humanística.
Será o povo que levar em conta a vida, sem fanatismo e sem priorizar o material, mas ter como centro a vida.
O ouro sem preço nas bolsas, não vale absolutamente nada.
O petróleo sem ter para quem vender, deixa de ser o ouro negro e passa a ser apenas um barro.
De que vale os shopings se não há ninguém para comprar?
De que vale as lojas de varejões e de grifes, se não há ninguém para mostrar?
De que vale carros populares e carrões nas garagens e estacionamentos, se não há para onde ir?
De que vale os lugares turísticos se não há quem vá visitá-los?
A palavra mais usada para combater esse inimigo feroz, invisível e ágil, é casa, o “cosmoi”.
O lugar mais humano, mais gostoso de se ficar.
Esse inimigo nos fez ver que a casa é o lugar da maior e melhor arma para se combater uma guerra. Mostrou que a casa é o porto seguro. Não mais as bolsas de valores, os comércios lucrativos, os bancos que concentram riquezas...
O inimigo invisível mostrou que para vencê-lo temos que ficar perto só de quem amamos bastante.
Que temos de refletir sobre a vida em si e não sobre o poder, o ter, mas sobre o SER.
Foi preciso que o mundo parasse para perceber o valor da vida.
Essa guerra está fazendo os pais perceberem que a educação se dá em casa, e os prédios escolares são centros de socialização acadêmica.
E que os profissionais da educação é que são os verdadeiros heróis, os mitos de fato.
Os profissionais da saúde que estão nos hospitais, sem condições reais de trabalho é que são os verdadeiros heróis, os mitos de fato.
E não nos chefes de governos quando são verdadeiros insanos, energúmenos irresponsáveis.
Depois que tudo isso passar, o mundo não será mais o mesmo.
Acredito que não haverá lugar para a insanidade, a ganância e a desumanidade.
Acredito que depois dessa guerra o importante serão os valores e não os custos, e que sirva para o mundo rever seus conceitos.
Onde não haja ricos e pobres, mas humanos. Que rico seja quem trabalha dignamente e não quem concentra bens.
Acredito que perceberemos que sem o ser humano, o planeta é mais belo, mais limpo e mais feliz.
Acredito que os corações perceberão que a vida vale pelo que ela é na sua fragilidade e não pelo que se acumulou.
E nessa guerra, a melhor trincheira é a casa. E a melhor munição é a água e o sabão.
E depois que tudo passar, seremos renascidos para a vida nova, agora mais humana.
Pois esse inimigo invisível mostrou que a nossa casa, mãe terra,
é tão frágil quanto a vida humana.
É isso aí!
Acácio Nunes - baseado no livro de Adriana Giampetro.