Questões

Sou várias pessoas ao mesmo tempo. Sim, várias. Sou mãe, avó, amiga, amante. Quantas pessoas vivem em mim? Nem sei mais. Visto a roupa do momento, esta é minha maior vantagem. Coloco a fantasia coerente com a festa, com o encontro. Devo escandalizar algumas pessoas, fazer rir outras. Gosto de provocar, filosofar, contestar. Mas sempre estou aberta a aprender, busco entender a censura, a negação, o desrespeito por parte de alguns. Aprendi a não ter mais vergonha do meu corpo, do meu jeito de ser. Mas entendi que só consegui isso porque me senti querida, amada, respeitada. Esses adjetivos fazem toda a diferença, ficamos mais confiantes e dessa maneira enfrentamos os desafios de sermos o que somos. Podemos sentir em alguns momentos incertezas e desconfianças, afinal, somos humanas e humanos tentando viver, tentando ser e sentir. Normal de vez em quando nos fazermos perguntas como: Será que estou ficando maluca? Será que fiz certo ou errado? Questões deste tipo sempre aparecem na vida de quem vive, de quem está vivo. Converse, procure um amigo, desabafe, sempre tem alguém disposto a ouvir você. E não se envergonhe de sentir, de se entregar, tome cuidado com você. Só você pode permitir que alguém te machuque. Não permita! Cuide-se! Faça escolhas. Se errar, vire a página, não insista em permanecer no lugar onde foi ferida. Siga em frente. Na sua caminhada você vai encontrar alguém chorando, rindo, sendo feliz. Não pare! Ajude se puder, mas cada um carrega o seu sofrimento de acordo com a sua evolução. Não carregue sofrimento de ninguém, você tem os seus. Tente aos poucos se livrar de pesos, cargas dispensáveis, sofrimentos desnecessários, culpas sem sentido. Sua vida, suas escolhas. Livre-se de amarras que não te deixam evoluir, lembre-se que você tem raízes, não tem âncora nos pés. Assim como você, também tenho incertezas, arrisco-me, muitas vezes não consigo ter a resposta que esperava, mas, paciência, pode ser que eu não tenha feito a pergunta certa. As vezes vemos o que queremos e nem sempre isto é a realidade. Não temos o discernimento sobre tudo. No caminho, inúmeras vezes eu paro e choro, sinto, mas continuo. Estou agora em um momento especial da minha vida. O mundo todo está vivendo uma espécie de repaginação, de preparação para algo que ainda não temos o conhecimento. Tenho planos que envolvem outras pessoas, outras vidas. Mas aprendi, tenho que desapegar e seguir em frente e dar oportunidade para que as pessoas ao meu redor também tenham essa oportunidade. Afinal, somos passageiros, temos que evoluir e, para que isso ocorra, precisamos seguir em frente, aprendendo sempre, tudo que aprendemos fica registra no nosso DNA, então não precisamos de muitas coisas para seguir em frente. Sinto que minha missão maior ainda estar por vir. Não sei ainda o que me espera, mas de uma coisa tenho certeza, estou caminhando em direção à evolução, tentando pouco a pouco desapegar de coisas desnecessárias. Não é fácil, são desafios que a própria vida impõe. Sigamos pois.

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 19/04/2020
Reeditado em 19/08/2022
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