De repente, tanto silêncio incomoda.
Muitas vezes, a gente só quis um pouco de tempo para ficar em casa; sair da agitação por um dia, quem sabe; dirigir sem ter que encarar engarrafamentos kilométricos.
Quantas vezes desejamos até mesmo o distanciamento de certas pessoas, que nos pareciam incômodas ou pensamos em ir menos a certos lugares
que já eram conhecidos demais.
De repente, o trânsito carregado e barulhento já não estressaria tanto, já não incomodaria tanto quanto ver as ruas assim, desertas.
De repente, os barulhos, os gritos, a agitação das crianças que brincavam no parquinho que fica ao lado do apartamento
já não eram tão incômodos para os nossos ouvidos.
De repente, ir ao supermercado e mal poder caminhar entre carrinhos de compras e pessoas agitadas parece não ser tão mal.
De repente, o burburinho, a babel de pessoas conversando ao mesmo tempo no metrô ou naquele barzinho movimentado da cidade ou ainda no show
do seu artista preferido ou na partida de futebol, parecem ser música para os ouvidos, diante de tanto silêncio que temos agora.
Da janela, podemos ver parques, ruas, praias, escolas, bancos... tudo vazio... tudo no mais absoluto silêncio.
De repente, parece que estes sons, barulhos, gritos, ruídos... era justamente o que mais gostaríamos de ouvir agora.