Diário de um enclausurado

Diário de um enclausurado

14 de abril – o dia vazio

Acordei depois de uma noite sem sono. Levantei e voltei para a cama. Talvez, estivesse buscando a segurança do ventre, pois, fiquei encolhido vendo a manhã passar.

Às 13:00h, precisava beber e comer algo, mas a fome também estava adormecida e tudo se resumiu a um café, amargo e bem quente. Da cama para o sofá e o silêncio da tarde atormentava minha solidão. De repente, 20:00h e a noite chegou com seu suspiro e um vazio preenchido de angústia. O dia não existe para quem tem horas para contar. Engraçado é que o relógio na parede continua parado. A mesma hora se repete, assim como o mesmo dia.

Dormir, talvez, fosse a solução. Talvez... mas como dormir?

Mário Paternostro