CRÔNICA – Solidariedade! – 16.04.2020 (PRL)
CRÔNICA – Solidariedade! – 16.04.2020 (PRL)
Na despedida do Doutor Mandetta (DEM-MS), da pasta da saúde, transmitida ao vivo pela TV CNN, a que compareceu quase toda a cúpula do ministério, muito me comoveu a solidariedade demonstrada pela equipe ao ex-ministro, que teria feito um excelente trabalho à frente desse importante setor na vida brasileira.
Mas me surgem algumas perguntas: Quem está necessitando de solidariedade neste momento é o nosso povo ou os interesses políticos de determinadas autoridades que comandam os nossos destinos? O doutor estava trabalhando a serviço da saúde ou de futuras candidaturas, quem sabe até mesmo à presidência da república dele ou de terceiros? A resposta, que todos já sabem, fica a critério de cada um dos nossos leitores.
No dia anterior, também numa coletiva, dois de seus secretários mais próximos tinham dito que estavam ali a convite dele, Mandetta, e na hipótese de sua saída, também deixariam seus cargos, sendo que depois houve, talvez, o arrependimento de um deles, que remendou o discurso dizendo que não abandonaria o barco, isso até que fosse feita a transição. O próprio Ministro havia dito que se fosse embora levaria toda a sua equipe de trabalho, numa prova incontestável de que não gostava do presidente Bolsonaro, porquanto isso seria como deixá-lo na contramão, dificultando a atuação no combate ao vírus que empestou o mundo, o Coronavírus-19.
Felizmente, com rapidez, foi nomeado o seu substituto, Doutor Nelson Teich, formado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), especialista em oncologia, sendo sócio de uma empresa de consultoria de serviços médicos, tendo atuado como consultor informal na campanha do então candidato, em 2018, Jair Bolsonaro. Consideramos equilibradas suas palavras iniciais, até porque um auxiliar -- seja de quem for -- nomeado em confiança, não pode bater de frente com o titular como o fizera essa celebridade que deixou o cargo.
O doutor Mandetta, na despedida, fez rasgados elogios à imprensa brasileira, dizendo que ela teve um papel preponderante nessa e noutras campanhas em defesa da saúde dos nossos patrícios, depoimento que nos deixou de boca aberta, porquanto se esse apoio é o que temos visto todos os dias, com críticas estapafúrdias, não precisa o nosso mais alto mandatário de outros inimigos. Esses já são o suficiente, eis que demonstram estar torcendo para que o Brasil dê errado.
A mídia está criticando a cada dia algumas dificuldades de os beneficiários sacar as verbas dadas em socorro às classes menos favorecidas. Mas que culpa tem o governo se pessoas não têm ainda nem o CPF – Cadastro das Pessoas Físicas --, ou seja, não existem na realidade. Uma boa forma de decidir sobre o pagamento teria sido pelo cadastro do cartório eleitoral, pois no país até os analfabetos podem votar. E não tendo nem CPF e nem Título de Eleitor fica difícil o pagamento, até porque não teria como se comprovar futuramente. Aliás, o TFR autorizou o pagamento sem que se comprovasse a existência de CPF, a nosso entender numa decisão que não se alia à legislação brasileira.
Em jornadas anteriores já falávamos nessa hipótese de governantes nomear adversários políticos, que geralmente não funciona a contento. Fica bastante evidente que a culpa desse espetáculo cabe ao nosso presidente, que julgou vivêssemos neste país uma democracia.
Meu abraço.
SilvaGusmão
Foto: INTERNET/TV