ONDE HÁ FUMAÇA...

Onde há fumaça, há fogo. Ditado antigo, síntese do conhecimento de um povo que apesar da baixa ou nenhuma escolaridade aprendeu a observar os fenômenos naturais ao seu redor e a sintetizar em frases simples toda a verdade verdadeira do desenrolar da vida, das ações e suas consequências para serem transmitidas como alertas para as subsequentes gerações.

Nesses tempos trevosos de pandemia, temos recebido vários depoimentos de pessoas preocupadas com as ações dos governantes tanto pelas determinações de bloqueio total da sociedade, suspensão de direitos constitucionais, das atividades produtivas, gastos descontrolados e o que é pior sequestro de medicamentos comprovadamente eficientes no combate ao covid19 a fim de que os números de mortes cheguem aos níveis catastróficos que o ministro de saúde insiste que virá num futuro que é adiado a cada declaração.

Seria em março, depois marcou-se para abril, depois para maio e já estão falando em julho ou agosto.

Segundo essas denúncias, algumas secretarias de saúde dos estados sequestraram todos os estoques das farmácias do hidroxicloroquina para que seja usado exclusivamente no ambiente hospitalar e apenas quando o paciente já estiver entubado com um pé na cova e outro na casca de banana;

outra denúncia registra que alguns médicos estão prescrevendo doses cavalares, três ou quatro vezes a recomendada pelo fabricante, para que os pacientes evoluam para óbito por causa dos efeitos colaterais.

Todo mundo sabe que é a dose quem determina a diferença entre o remédio e o veneno.

Está claro que não é apenas uma questão de oposição ao governo federal que acabou com a farra com o dinheiro público, com o loteamento dos cargos comissionados, pela exigência de austeridade de todos além de dar os nomes dos autores das barbaridades cometidas contra a sociedade, como no caso do seguro obrigatório de veículos, gratuidade da carteira de estudante eletrônica, do afrouxamento na lei de segurança, da troca de tacógrafos e taxímetros, custo de combustíveis, etc.

Não sei se proposital ou acidentalmente vazou um áudio de um secretário de estado do Ceará em que ele instrui a imprensa a canalizar toda a crítica contra o governo federal enquanto os governos estaduais e municipais se encarregam de produzir o caos geral pelo desabastecimento e a baderna subsequente com saques e assassinatos.

É bem verdade que há o quadro global de pandemia;

há o encolhimento das economias;

há o desencontro entre as falas e as ações;

há o evidente despreparo da OMS e a manipulação de dados pelos países notadamente a China, mas com qual objetivo?

Até bem pouco tempo vivíamos a globalização em busca do nirvana num mundo sem fronteiras, onde todos iguais a todos viveríamos livremente na aldeia global, sem amarras ou responsabilidades.

Será que o desequilíbrio social provocado pelas levas de migrantes por terra e mar fugindo de ditaduras corruptas, de opressão religiosa ou do narcotráfico que tomaram conta das grandes cidades notadamente da Europa fizeram com que os dirigentes mundiais acordassem para a tremenda utopia que aquele ideal representa?

Será que voltaremos à época do nacionalismo com controle de fronteiras e os governos sendo responsáveis apenas pelos nativos e naturalizados de cada país?

Será que voltaremos ao tempo do “comerás o pão com o suor do teu rosto”, sem as benesses governamentais para os que se recusam a contribuir?

Ou será que, com o caos mundial instalado, os grandes países invadirão os menores com ou sem armas e o mapa político será de meia dúzia de monocracias superpotentes?