_NEM VERTICAL, NEM HORIZONTAL

Sou a favor do diagonal. Na horizontal o número de leitos projetados são além da demanda de momento e isso reprime para que a tal demanda ecloda logo na frente, é a tal da demanda reprimida. Um dique que vai arrebentar logo na frente. Daí sim a curva tende à vertical e ultrapassará a faixa de atendimento prevista, com substanciais baixas. Esta é a vertical, que hoje é entendida como flexibilização. Ela não flexibiliza, ela recrudesce.

Chamo de diagonal, a política que deveria ser adotada de momento, a flexibilização entre a horizontal e a vertical, de maneira a que, gradativamente fosse a ocupação dos leitos disponíveis para que se desse vazão ao atendimento dos casos estimados. Ao mesmo tempo que o abastecimento e a economia estariam, dentro do possível e com os devidos cuidados, girando e guardando reservas para o "inverno" - tipo a fábula da formiga. Hoje,para a maioria, o momento é o da cigarra.

Lembrando ainda que médicos, paramédicos e ajudantes estão também sendo infectados. E estarão fora de combate quando mais serão necessários. No confinamento diagonal isso seria minimizado, daria tempo para o retorno dos infectados já imunizados.

A diagonal seria o melhor ajuste no gráfico do tempo e número de baixas.

Armand de Saint Igarapery - cronista