Labelle
 
“Meu nome é Labelle! Minha mãe me deu esse nome por causa dessa música” - Ele leu nos comentários do site de filmes e vídeos musicais. E o jovem se apaixonou por alguém de quem tinha apenas um nome e a região onde morava, porque ela fez uma declaração para o lugar ao final do comentário: “Nordeste, tenho orgulho de ti”!!! Assim mesmo, com três exclamações, como a dizer que o seu orgulho era imenso.

Labelle...

Dia e noite ele pensava em como seria a moça que o tinha encantado apenas pelo seu nome. Quantos anos teria? Qual seria a cor dos seus olhos, dos seus cabelos? Do que mais gostava, além da canção que a ele também encantara? Quais seriam os seus sonhos e anseios?

Labelle! Que lindo nome! Um nome vindo do amor de mãe pela filha recém-chegada e que só as mulheres têm o privilégio maior de entender. Uma inspiração vinda de uma bela canção que, por sua vez, resultava da inspiração vinda do título de um filme antigo de Buñuel visto pelo compositor: La Belle de Jour. E ele a imaginava como a canção a descrevia: “La Belle de Jour era a moça mais linda de toda a cidade”. E pensava se seus olhos também seriam azuis como a letra dizia: “Seus olhos azuis como a tarde, na tarde de um domingo azul”, e imaginava-se em passeios ao seu lado nos domingos sob um lindo céu azul.

Labelle e seu lindo nome que a transformava em um ser angelical e puro, apenas pela beleza do batismo.

Mas Labelle era alguém inalcançável. Além da distância física e de não se conhecerem, ele estava anos distante do dia em que ela publicou seu comentário e que somente agora tinha lido.

Só restava ao romântico jovem enamorado sonhar com a sua imaginária bela da tarde nos domingos azuis.

Labelle!
Marise Castro
Enviado por Marise Castro em 14/04/2020
Reeditado em 21/07/2020
Código do texto: T6916468
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