E...NAQUELE ANO A PÁSCOA CAIU NUM DOMINGO
Em priscas eras, quando telefone era coisa de luxo,da vizinhança que morava no entorno da empreza em que eu trabalhava - constituida em sua maioria pelas familias dos empregados , vez e outra, aportavam no escritório algumas figuras no intuito de fazer uma ligação.
O telefone era sempre cedido, com a recomendação de que ligações interurbanas, assim que viesse a fatura da Telepar, seriam cobradas à quem de direito.
Lugar comum era ouvir a pérola:
- Sem problema, podem "rebitar" na conta do pai, do esposo, do irmão,enfim...
[ Os valores eram "rebitados" sem dó nem piedade,por determinação da chefia ]
Como o aparelho ficava numa mesa quase ao meio da sala, inevitável era tomarmos conhecimento dos assuntos discorridos via "Grahan Bell".
[ É claro que fazíamos isso no maior constrangimento, a contra gosto, uma vez que a ética não nos permitia ficar ouvindo as conversas dos outros mas, por outro lado , o "excesso de afazeres" nos inibia de saírmos para deixar a comunicação à vontade.
Assim, relatos dos mais variados foram captados - a contra gosto,como já frisei - durante a trajetória do uso do aparelho por terceiros.
Era gente ensinando remédio para curar garrotilho de cavalo velho,o tempero mais indicado para raposa no espeto,gente jurando ! Que curou-se com "pau de tenente ",a preocupação de uma possível gravidez, uma vez que "os tempo" estavam atrasados em mais de vinte dias,e outras tantas barbaridades.
Porém, teve uma que bateu todas as demais.
A moça. bonitona e bem falante,a pedido de sua mãe,liga para a irmã que reside num município vizinho.
Novidades daqui, novidades dali, e de repente o insistente convite para que esta lhes faça uma visita.
Estão mooooortos de saudade !
Do outro lado da linha, ao que parece, há uma certa relutância na aceitação do convite, ao que a bonitona argumenta em tom quase festivo:
- Deixa de frescura "Lôca véia", venha!
Aproveite que este ano "A Páscoa vai caír num domingo!!!"
PS. Nós, do escritório, jamais esqueçemos daquele fato inédito !
Afinal, não era sempre que ocorria uma "coincidência destas."
Em priscas eras, quando telefone era coisa de luxo,da vizinhança que morava no entorno da empreza em que eu trabalhava - constituida em sua maioria pelas familias dos empregados , vez e outra, aportavam no escritório algumas figuras no intuito de fazer uma ligação.
O telefone era sempre cedido, com a recomendação de que ligações interurbanas, assim que viesse a fatura da Telepar, seriam cobradas à quem de direito.
Lugar comum era ouvir a pérola:
- Sem problema, podem "rebitar" na conta do pai, do esposo, do irmão,enfim...
[ Os valores eram "rebitados" sem dó nem piedade,por determinação da chefia ]
Como o aparelho ficava numa mesa quase ao meio da sala, inevitável era tomarmos conhecimento dos assuntos discorridos via "Grahan Bell".
[ É claro que fazíamos isso no maior constrangimento, a contra gosto, uma vez que a ética não nos permitia ficar ouvindo as conversas dos outros mas, por outro lado , o "excesso de afazeres" nos inibia de saírmos para deixar a comunicação à vontade.
Assim, relatos dos mais variados foram captados - a contra gosto,como já frisei - durante a trajetória do uso do aparelho por terceiros.
Era gente ensinando remédio para curar garrotilho de cavalo velho,o tempero mais indicado para raposa no espeto,gente jurando ! Que curou-se com "pau de tenente ",a preocupação de uma possível gravidez, uma vez que "os tempo" estavam atrasados em mais de vinte dias,e outras tantas barbaridades.
Porém, teve uma que bateu todas as demais.
A moça. bonitona e bem falante,a pedido de sua mãe,liga para a irmã que reside num município vizinho.
Novidades daqui, novidades dali, e de repente o insistente convite para que esta lhes faça uma visita.
Estão mooooortos de saudade !
Do outro lado da linha, ao que parece, há uma certa relutância na aceitação do convite, ao que a bonitona argumenta em tom quase festivo:
- Deixa de frescura "Lôca véia", venha!
Aproveite que este ano "A Páscoa vai caír num domingo!!!"
PS. Nós, do escritório, jamais esqueçemos daquele fato inédito !
Afinal, não era sempre que ocorria uma "coincidência destas."