IMPASSE

Ontem, domingo 12 de abril de 2020, na Av. Paulista no centro de São Paulo/capital, centenas de pessoas protestaram contra as medidas de paralisia econômica determinadas pelo governador João Doria e chanceladas pelo prefeito Bruno Covas, tendo como pano de fundo o, até agora, frustrado pico de contaminação, isolamento e morte pelo covid19.

Num raro momento de lucidez o ministro Toffoli atendeu ao pedido da AMBEV para fazer funcionar o seu parque industrial, porque até que se prove em contrário, brasileiro não vive sem o tripé – futebol, carnaval e cerveja.

Se a indústria pode funcionar, por que a mesma medida não se aplica ao transporte de massa, comércio e serviços?

A nossa constituição frankensteiniana diz no seu Art. 5 que o direito de locomoção é inviolável, o ministro Alexandre de Morais mesmo sabendo que é causa pétrea, em seu despacho quanto à autoridade de prefeitos e vereadores sobre seus feudos, passou por cima desse dispositivo legal.

Agora Toffoli, dá parecer diametralmente oposto.

Será que teremos briga de cachorro grande ou mais um conluio de compadrio?

João Doria, ainda, governador do Estado de São Paulo, nervosíssimo com o surto que não deu as caras, mandou cavar centenas de sepulturas, mas o pessoal se recusa a morrer para ocupa-las;

determinou que a polícia, a partir de hoje dia 13/04/2020, prenda sumariamente todo incauto que botar a cara na rua;

o ministério da saúde recomendou o uso imediato do pacote antiviral de hidroxicloroquina e associados em todo enfermo que apresente febre ou complicação nas vias respiratórias.

Por conta da cláusula de exclusão indenizatória do seguro de vida em caso de pandemia, os familiares dos mortos estão exigindo que a causa mortis somente seja determinada depois que forem feitos os exames e, caso não seja confirmada a presença do covid19, as estatísticas até então infladas pelo decreto do governador da obrigatoriedade desse diagnóstico positivo serão as reais, insignificantes diante de todo alarde e expectativa criadas além dos gastos extraordinários, convenientemente, sem licitação.

O nosso Presidente e milhões de outros brasileiros já se manifestaram contra essa histeria injustificada e por conta do iminente caos, pelo aumento de preços de todos os gêneros, pelo desabastecimento tendo em vista a proibição do movimento de caminhões dentro dos Estados, pelo fechamento dos postos de trabalho, pela perda de renda e pela fome que está nos acenando para breves dias.

Egos inflados, falta interlocução e de bom senso são evidentes, mas como nas novelas de baixa qualidade, teremos que aguardar os novos capítulos para vermos a solução desse ridículo impasse...