Infância roubada
Um mal, que em silêncio chegou perto de todos, está dominando, primeiramente, nossas mentes.
Humanidade alarmada com a rapidez com que se alastra, como a onda de calor e destruição provocada por uma bomba atômica — o atômico já é passado presente. As notícias, nada animadoras, vão incutindo em nós, na ânsia por neutralizar algo que segue ganhando terreno e mentes, atenção e medo.
O medo, em uma guerra, é a ferramenta pela qual faz com que um soldado se mantenha em constante vigilância; o cuidado que se tem com a própria vida faz com que muitas outras sejam preservadas. Pois ao menor sinal de ataque será soado o alarme.
É como se sempre estivéssemos vivendo naquela cabana, caverna ou forte que fizemos quando tínhamos 5 anos de idade e lá nos sentissemos os mais protegidos; nada e ninguém pode transpor aquelas cobertas indestrutíveis. E de uma hora para outra o que mantinha aquelas paredes tão fortes, e o teto tão alto e inalcançável, desaparecesse. Deixando cair sobre nós, primeiro tocando as nossas vistas por estarmos olhando para o céu, a realidade. Isso, no começo, nos causa um enorme desconforto. Tentamos, aos poucos, nos desvencilhar da realidade, não a aceitamos.
Quando duas crianças, do nada, começam a me explicar que, em suas palavras, estão de folga... Eu pergunto o motivo de estarem de folga. A resposta que me deram fez cair por terra a minha cabaninha.
O corona vírus está roubando algo da infância de muitas crianças, enquanto alguns adultos se negam a abrir seus olhos.