CORONAVIRUS LEVARÁ A DITADURAS?

Yascha Mounk, tratadista alemão contemporâneo para assuntos internacionais da Universidade de Johns Hopkins, EUA, autor de livros como “O Povo Contra A Democracia”, fino acadêmico, fala da liberdade correndo perigo e como salvá-la. Não tem assentamentos no cenáculo da certeza como ninguém tem. Não há lógica no desconhecido.

Vagamos em dados indefinidos, nada tem concretude quanto à doença, cada dia uma novidade. Permanece em superfícies lisas, vidro, aço, plástico, em determinado tempo, permanece ou não em roupas, por tempo incerto, se sim por quanto tempo?

Lavam-se as ruas por ficar sobrevivendo em pisos asfálticos e cimentos, tirar sapatos quando chegamos em casa, hábito antigo em minha família, higiene primária, tirar roupas ou não, tudo diante do soberano, ao momento, “inimigo comum”, avançando, recuando, reincidindo.

Nada de certeza, somente dúvidas. E surgem as ditaduras, como sempre. Ninguém das lideranças civis e políticas diz: “vamos estudar todos juntos, analisar,fazer no momento isolamento necessário até que tudo fique aclarado minimamente. Não; querem disputar cadeiras políticas. Ninguém distensiona, nem União, nem Estados ou Municípios. Cada um a seu modo, “ditando autoritarismos”. Já se fala em “ditadoria”, não sai do palanque da TV. E tem no seu pé processo por improbidade, por. ter agregado à sua mansão em Campos de Jordão terreno público, mandado prosseguir o processo pelo Conselho Superior do MP de São Paulo.

Tendências autoritárias como na Hungria se consolidam diante da pandemia. Viktor Orbán, Presidente da Hungria, rapidamente, aboliu o parlamento e a liberdade de expressão. Já estava entrincheirado no voluntarismo.

Também nas Filipinas os poderes do Presidente são alargados.

Aqui componente do STF, órgão que seria guardião da Constituição, em processo de conhecimento que se inicia, superpõe competências do Estado, reconhecendo comando além dos limites constitucionais às Prefeituras e Estados.

As eleições estão ameaçadas, aqui e nos Estados Unidos. O espaço de tempo para organização que demanda aglomerações é exíguo.

Até novembro e na anterioridade de convenções estamos próximos. Já se vai abril. Maio seria o pico do matador desconhecido. E depois de maio? Virão os afastamentos necessários de muitos que trabalham nesse anfiteatro, grupos de risco.

O que vai se mostrar mais eficiente como regime e comando diante da confusão que se estabelece em falta de sintonia quando o que mais se precisa é sintonia?A saúde acima de Tudo!!!!

Até agora todos os regimes fracassaram em lidar adequadamente com a doença.

Precisa-se de força?

Abrem-se brechas para as ditaduras, que já se esboçam, sem discutir se a posição de A ou B, Estados e Municípios, ou União detém mais razão. As velhas hienas condenadas, de longe, espreitam a carniça, e colocam os dentes de fora com seu faro especial para a putrefação. Trocam afagos com velhos inimigos intestinos. O que não faz a sordidez.

Ninguém tem razão sobre o desconhecido, a doença ceifadora.

Nas ditaduras o histórico é misto.

Nada há que se opor a fazer sacrifícios em nossas vidas com o nosso ir e vir para dar resposta enérgica ao vírus no momento. Temos feito isso, muitos, faço eu e minha mulher, em casa vendo filhos e netos pelo celular e passando três aniversários de família e a Páscoa de hoje assim. Família de muitas cadeiras em mesa muito grande, a qual acorrem muitos mesmo agregados na Páscoa, Natal e outras festas. Nos cabe essa parte, cabe a todos.

Importa que todas as medidas restritivas que esbarram na lei, E SEM EXCESSOS, sejam temporárias. Que a lei constitucional onde se guardam nossos direitos básicos, já tão espancados, seja preservada.

O que vai ocorrer aqui e no mundo? Nos EUA sim, pátria democrática essencialmente, e na Europa clássica, as medidas excepcionais são vigiadas.

As perdas de vida e as projeções de futuro e dificuldades econômicas imprevisíveis já se esboçam e nada pode ser previsto.

As pessoas vão culpar governos pelo que virá, não o inimigo comum.

Fala-se em votação pelo correio de modo a não adiar eleições, na Itália já se faz assim. Já voto pelo correio como oriundi, italiano por descendência. Minha filha e neta irão morar lá, daqui mais um tempo, Mas há um aparelhamento grande para tanto, concretizar esse tipo de votação, estranho ao Brasil.

Tudo conduz para uma deflagração política de interesses que se vai verificando, com governadores já em palanque de eleição para presidente, como em São Paulo, ganhando um “passa fora” ontem da população na Avenida Paulista, epicentro das manifestações políticas, e dizendo que vai obstruir carreatas. Vai Conseguir? Creio que não; o “urro” do povo depois da corrupção é estridente e maciço. Quem faz afago a petistas está morto politicamente.

Que no dia da Ressurreição, o Cristo faça os políticos onde ainda haja boa vontade, sentarem-se na “távola”, como na Páscoa, e terem em mira exclusivamente a saúde e o futuro da nação, não a asquerosa e mais virulenta das doenças, a pretensão de sentar em cadeiras. O que já vem nos tempos matando mais gente que a “peste chinesa”.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 12/04/2020
Reeditado em 12/04/2020
Código do texto: T6914829
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