CRÔNICA – Doze sumidades e uma sentença – 11.04.2020 (PRL)
 
CRÔNICA – Doze sumidades e uma sentença – 11.04.2020 (PRL)
 
 
Noite passada, aqui na TV, pudemos ver, novamente, o fabuloso filme “Doze homens e uma sentença”, estrelado por figuras de realce do cinema mundial, algumas já falecidas, inclusive o diretor e protagonista da película, o grande Henry Fonda, de atuação brilhante e excepcional em tudo o que participou na sétima arte.
 
Essa produção já foi muito bem recomendada para todos os cursos de administradores pelo mundo inteiro. Nós já a havíamos assistido dezenas de vezes, a primeira quando desempenhávamos a função de gerente de uma agência bancária de economia mista. Pra quem possa ter dúvida, trata-se de empresa em que o governo detém um pouco mais de cinquenta por cento das ações, a maioria, portanto, enquanto o restante fica na posse de outras pessoas, físicas ou jurídicas.
 
Pois bem, nos Estados Unidos da América, os julgamentos de crimes de morte, por exemplo – no caso um rapazinho acusado de matar o seu próprio pai --, o veredicto terá de ser unânime,  para condenar ou para absolver, o placar tem de ser doze a zero, significando dizer que os jurados nenhuma dúvida tiveram ao decretar a sentença.
 
Quando o Henry Fonda entrou em cena, suas palavras iniciais foram em atenuante ao garoto, até bem colocadas, criticando tanto a promotoria como o advogado de defesa, que o considerou sem interesse na matéria, porquanto defensor público nomeado a toque de caixa.  Suas colocações não foram aceitadas pelos demais companheiros da missão. Então, numa cartada inteligente, ele pediu ao ator que conduzia os trabalhos que fosse feita uma votação preliminar, por escrito, mas sem que se identificasse os nomes dos votantes. Todos concordaram. Na leitura do resultado parcial, para surpresa geral, um outro jurado votou pela inocência do réu, não que o julgasse inocente, todavia por haver dúvida razoável se realmente cometera tal crime.
 
Após prolongadas discussões, todas baseadas nos depoimentos e provas contidas no processe e nas falas de promotor e advogado de defesa, decidiram os competentes jurados que havia dúvida razoável e, assim, não deveriam condenar o rapaz à pena máxima, resolvendo pela sua absolvição pura e simples.
 
Daqui ficamos pensando se essa matéria não se encaixa, em parte, com a situação brasileira!, quando vinte e sete governadores, mas de caso pensado,  se juntam para  derrubar o nosso presidente, sob a liderança do de São Paulo, Doutor João Dória (PSDB), justamente um dos que eleitos foram se utilizando do nome do Capitão Bolsonaro, e que agora toma postura de quem manda na situação, seguido pelos demais, sem tréguas e sem humildade suficiente para se lembrar que na hora difícil fizeram de tudo pra dizer aos eleitores que apoiavam a chapa que finalmente vencera. Queira Deus que o Bolsonaro tenha o sucesso do Henry Fonda nesse “Todos contra um” e “Um pelos brasileiros”.
 
E o povo está em casa sem poder sair nem para trabalhar, em face de decretos, assim como que em “Estado de Sítio”, medida só aceitável se editada pelo Presidente da República, em prol da lei e da ordem pública. Imagine-se aqui a proibição de se utilizar o nosso mar, o lindo Atlântico, que banha todo o nosso litoral, paraíso de muita gente e até de turistas internacionais. Pelo que se sabe, assim logo de cara, as águas oceânicas abrigam uma série de produtos químicos, tais como cloro, sódio, sulfato, magnésio, cálcio, potássio e bicarbonato, além de outros relacionados com a salinidade.
 
A notícia mais recente é que mandaram prender dois rapazes surfistas, que estavam a muitos metros da praia, sem trazer prejuízo à saúde de ninguém, mas foi dada e cumprida a ordem de prisão, isso sem contar que o processo-crime vai correr na vara competente.  O direito de ir e vir está horrivelmente comprometido, todavia utilizado apenas em favor de detentos eventualmente soltos por conta do Coronavírus e benevolência das autoridades competentes. A mãe nos mandava, quando jovem, tomar banho de praia para afastar quaisquer mazelas dos filhos, inclusive feridas que apareciam pelo nosso corpo, e era tiro e queda.
 
O nosso país está precisando dos que têm a obrigação de manter a lei e a ordem neste momento difícil. Não de nova ditadura para conter a atual, mas de medidas fortes para ajustar as coisas nos seus devidos lugares, inclusive porque somos uma república federativa que não pode ser governada por uma plêiade poderosíssima de prefeitos e governadores, ignorando-se, por completo, o poder central. Ou se fecha a porta da anarquia ou teremos em breve uma nova Venezuela, até mais forte do que nossa vizinha.
 
Meu abraço.

 
SilvaGusmão
 
Foto: GOOGLE
 
 
ansilgus
Enviado por ansilgus em 11/04/2020
Reeditado em 19/04/2020
Código do texto: T6913594
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