EU...POR EU MESMO.
Chiam na panela os pinhões em cozimento.
[ São os primeiros que degustarei neste ano ]
E aquele cheiro característico vai inundando a cozinha e , em paralelo, minhas lembranças.
A manhã de abril é fria, ligeiramente nevoenta e com a ausência do sol.
Tão semelhante a tantas outras manhãs de sexta feira Santa desta minha já tão longa existência.
Fecho os olhos e retomo a terna figura de meu pai.Sentado à beira do fogão à lenha, cuia de chimarrão em punho,os pinhões - à minha espera - estalando sobre chapa quente.
A cozinha dele, tal como esta em que agora me encontro, cheirava também a pinhões.
No canto da sala, uma cesta com ervas colhidas por suas mãos, antes do nascer do sol.
Uma profusão de odores, onde a delicadeza dos alecrins, aliada às marcelas do campo, dividiam espaço com a não tão cheirosa arruda.
Eram as suas famosas "ervas benditas !"
Naquela casa singela - que persiste viva e "só minha" no cartório da memória,eu lhe dizia:
Bença pai !"
Num tom quase solene, erguendo levemente o chapéu da cabeça, ele respondia:
-Deus te abençoe,meu filho !
De saída, a doçura do convite:
-Venham depois, voce e a Nena, comer um peixinho comigo.
Que falta isso me faz !
Chiam na panela os pinhões em cozimento.
[ São os primeiros que degustarei neste ano ]
E aquele cheiro característico vai inundando a cozinha e , em paralelo, minhas lembranças.
A manhã de abril é fria, ligeiramente nevoenta e com a ausência do sol.
Tão semelhante a tantas outras manhãs de sexta feira Santa desta minha já tão longa existência.
Fecho os olhos e retomo a terna figura de meu pai.Sentado à beira do fogão à lenha, cuia de chimarrão em punho,os pinhões - à minha espera - estalando sobre chapa quente.
A cozinha dele, tal como esta em que agora me encontro, cheirava também a pinhões.
No canto da sala, uma cesta com ervas colhidas por suas mãos, antes do nascer do sol.
Uma profusão de odores, onde a delicadeza dos alecrins, aliada às marcelas do campo, dividiam espaço com a não tão cheirosa arruda.
Eram as suas famosas "ervas benditas !"
Naquela casa singela - que persiste viva e "só minha" no cartório da memória,eu lhe dizia:
Bença pai !"
Num tom quase solene, erguendo levemente o chapéu da cabeça, ele respondia:
-Deus te abençoe,meu filho !
De saída, a doçura do convite:
-Venham depois, voce e a Nena, comer um peixinho comigo.
Que falta isso me faz !