"Só os Tolos Não Mudam de Opinião"
Existem pessoas que têm o dom de encontrar a frase certa para o momento certo.
Conheci alguém assim. Numa ocasião, ao ouvir um relato de um amigo sobre acontecimentos estranhos na sua casa e do medo da esposa sobre o que não entendia, ele virou-se para ela e olhando fixamente nos seus olhos disse com voz pausada e firme: “Não tenha medo de nada”! E complementou aconselhando que fizesse uma oração, rezasse com força pois se algum mal lá estivesse presente, iria embora. Era uma pessoa muito espiritualizada e com uma fé tremenda. Foi tão enfático que a mulher apenas consentiu fazendo um gesto com a cabeça. Fato é que, quando o marido precisava se ausentar em viagens, ela costumava experimentar a sensação de que alguém sentava na sua cama enquanto dormia. Sentia o movimento do colchão e também que esta “presença” se mexia, revirava-se, como se estivesse deitada ao seu lado. Na primeira ocasião em que percebeu que novamente acontecia, não titubeou. Lembrou das palavras do amigo do seu esposo e, cruzando as mãos com força, conseguiu dizer “Vai embora”, rezando um Pai Nosso com tamanho fervor que a sensação desapareceu. Se voltava em outra ocasião fazia o mesmo, até o dia em que tudo cessou.
Noutra vez, agora para a filha que temia a mudança de emprego, ele disse com certeza clara e profunda - “As coisas mudam” e arrematou com a mesma frase: “Não tenha medo de nada! Você ouviu”? - Acrescentando a pergunta intimidativa ao final. A filha, que o seguia como a um guru, assim fez. Acreditou e surpreendeu-se com o sucesso na nova carreira.
Pragmático e metódico, levava a vida entre livros e trabalho. E, claro, os filhos, que sempre buscavam seu socorro como quem procura o velho sábio da montanha quando em algum dilema. E lá estava ele, sempre disponível, sempre com um sábio conselho para ofertar. Nem sempre era o conselho que queriam ouvir, e nem sempre o seguiam. Mas, no fundo, talvez achassem que estava certo. O respeitavam, acima de tudo.
Algumas pessoas o consideravam um chato, aquele que tinha a resposta pronta e certa para tudo. Mesmo eu, em alguns momentos. Mas não era bem assim. Seu hábito da leitura o tornava um grande conhecedor de fatos, estatísticas, detalhes comumente não revelados, e, se desconhecia algo que lhe era apresentado, buscava rapidamente aprender sobre o assunto. E nunca, jamais, discutia sobre o que não conhecia, sobre o que não estivesse fundamentado. Caso algo lhe falhasse, prontamente cedia a razão a quem o contestasse repetindo a frase de um pensador: “Só os tolos não mudam de opinião”!
E eu queria usar essa frase agora, em tempos tão oportunos. Mas, ainda que tenha buscado, não encontrei a certeza da sua autoria... e me escapuliu perguntar ao meu conhecido antes que fosse viver nas montanhas como um ermitão.
Tal qual ele, não quero ser inconsequente e omitir a fonte, como num boato, me entende?
Conheci alguém assim. Numa ocasião, ao ouvir um relato de um amigo sobre acontecimentos estranhos na sua casa e do medo da esposa sobre o que não entendia, ele virou-se para ela e olhando fixamente nos seus olhos disse com voz pausada e firme: “Não tenha medo de nada”! E complementou aconselhando que fizesse uma oração, rezasse com força pois se algum mal lá estivesse presente, iria embora. Era uma pessoa muito espiritualizada e com uma fé tremenda. Foi tão enfático que a mulher apenas consentiu fazendo um gesto com a cabeça. Fato é que, quando o marido precisava se ausentar em viagens, ela costumava experimentar a sensação de que alguém sentava na sua cama enquanto dormia. Sentia o movimento do colchão e também que esta “presença” se mexia, revirava-se, como se estivesse deitada ao seu lado. Na primeira ocasião em que percebeu que novamente acontecia, não titubeou. Lembrou das palavras do amigo do seu esposo e, cruzando as mãos com força, conseguiu dizer “Vai embora”, rezando um Pai Nosso com tamanho fervor que a sensação desapareceu. Se voltava em outra ocasião fazia o mesmo, até o dia em que tudo cessou.
Noutra vez, agora para a filha que temia a mudança de emprego, ele disse com certeza clara e profunda - “As coisas mudam” e arrematou com a mesma frase: “Não tenha medo de nada! Você ouviu”? - Acrescentando a pergunta intimidativa ao final. A filha, que o seguia como a um guru, assim fez. Acreditou e surpreendeu-se com o sucesso na nova carreira.
Pragmático e metódico, levava a vida entre livros e trabalho. E, claro, os filhos, que sempre buscavam seu socorro como quem procura o velho sábio da montanha quando em algum dilema. E lá estava ele, sempre disponível, sempre com um sábio conselho para ofertar. Nem sempre era o conselho que queriam ouvir, e nem sempre o seguiam. Mas, no fundo, talvez achassem que estava certo. O respeitavam, acima de tudo.
Algumas pessoas o consideravam um chato, aquele que tinha a resposta pronta e certa para tudo. Mesmo eu, em alguns momentos. Mas não era bem assim. Seu hábito da leitura o tornava um grande conhecedor de fatos, estatísticas, detalhes comumente não revelados, e, se desconhecia algo que lhe era apresentado, buscava rapidamente aprender sobre o assunto. E nunca, jamais, discutia sobre o que não conhecia, sobre o que não estivesse fundamentado. Caso algo lhe falhasse, prontamente cedia a razão a quem o contestasse repetindo a frase de um pensador: “Só os tolos não mudam de opinião”!
E eu queria usar essa frase agora, em tempos tão oportunos. Mas, ainda que tenha buscado, não encontrei a certeza da sua autoria... e me escapuliu perguntar ao meu conhecido antes que fosse viver nas montanhas como um ermitão.
Tal qual ele, não quero ser inconsequente e omitir a fonte, como num boato, me entende?