Nobre vida descabida num conceito... Amontoado de doçura das pessoas encontradas no caminho e dos sonhos em travesseiro de alecrim, por vezes acordados pelo badalo do sino da razão. Dos risos largos, incontidos, esvoaçados e soltos feito pipa voadora, em céu de ventania, sujeitos à rajada ou corte, por linha em cacos. Quem machuca está sangrando e sem recursos para lidar com seus ais, destila veneno em posição de remorso. Feita das fraturas de um coração que foram curadas com tala de renúncia: a aurora do dia foi dar prêmio de felicidade em nome alheio. Vida, bem-vinda das tempestades criadas em copos de água e do auto-extermínio em sentimentos rasos. E dos infinitos corações desenhados e engomados em lágrimas ou nas cartas de amor que esboçadas e não escritas por causa do cárcere da coragem. Vida dos beijos dados no espelho de Narciso, dos dias mudos pelo conceito de uma criança: quem morre vira saudade, não estrelinha. E diante da cadeira do reencontro (na esperança) relembrar os abraços infinitos com gosto de bolinhos de chuva. A vida é também a competição de corrida das palavras que, em fuga, se trancam na gaiola do anonimato esperando que a porta escute: abra-te sésamo (em pensamento)! Mas está presa em si! E o que é a vida então se não um game de batalha onde vence quem se supera? Sem concorrente, exceto seu livre-arbítrio. A vida é um pouco de tudo isso: “A VIDA É ESSA GRANDE PREENCHEÇÃO E DESPREENCHEÇÃO DOS BURAQUINHOS QUE FALTAM...”