Parece clichê. Somos partes das leituras que fizemos, dos lugares que conhecemos, das pessoas que amamos e, enfim, do RIVOTRIL que tomamos. Este texto não é uma crítica, visto que o mundo já está cheio de problemas e "mimimis" demais. Não se trata nem de longe sobre um assunto relacionado à depressão, mas apenas de uma reflexão acerca do que nos tornamos com o tempo sem ao menos nos darmos conta.

     As leituras que fizemos ao longo de nossas vidas, de fato, para aqueles que  a apreciam,  contruibuem (não quero ser arrogante) na formação de nossa personalidade. Nossos pensamentos e frustraçõs, opiniões enquanto serem racionais muitas vezes se apropriam da fala do outro. Seja bem-vinda, polifonia: chame o RIVOTRIL.  Podemos dizer então que através da leitura que fizemos ou fazemos ao longo da vida que nos ajudam a dar algum tipo de "pitaco" em assuntos que muitas vezes não temos a mínima ideia do que se trata, pois se alguém que nem conhecemos disse, nos apropriamos da fala desse "alguém" também e ponto.   E Caso queira evitar problemas, toma um RIVOTRIL para esquecer o que foi dito e basta dormir.

     Através dos lugares que conhecemos é possível trazer grandes bagagens de  memórias. Memórias boas, memórias ruins e que apesar disso, convenhamos, os pés puderam andar por lugares que jamais fossem capazes de chegar.  Nossos olhos... ah, nossos olhos! Grandes faróis brilhantes que têm o  poder  de contemplar paisagens deslumbrantes. Isso se forem capazes de se sensibilizarem às maravilhas do mundo. Para alguns, isso é artigo de luxo para uma minoria da população, - mas torno a dizer que não se trata de uma crítica sobre quem pode e quem não pode - apenas apreciem a vista, e se apropriem daquilo que é mais maravilhoso: o desconhecido.
     Mas se caímos no tédio  porque não era exatamente o que esperávamos, ou ficamos emocionados com o que vemos, tomamos um RIVOTRIL e apagamos da memória durante algumas horas de sono ou tomamos um RIVOTRIL para nos acalmar diante da imensa ansiedade que nos consome. 

     O mais desafiador aqui é falar sobre as pessoas que amamos. Amor...ah, o amor! Senhores, quem aqui nunca viveu um grande amor na forma mais pura e arrebatedora, que atire a primeira pedra!  O amor é aquele sentimento que Luís Vaz de Camões descreveu em "Os Lusíadas",  com maestria, ao dizer que " o amoe é fogo que arde sem se ver (...) é o contentamento descontente".

     Em quantos de nós há pedaços de amores não vividos, - tome um RIVOTRIL -, parte de pessoas que deixamos para trás e pessoas que nos deixaram também. Só o amor é capaz de dizer quem somos através de nossas ações e lições. Tudo pode ser tão certo e tão efêmero ao mesmo tempo. Paradoxo infernal: tome um RIVOTRIL.

      Podemos listar o amor numa infinidade de categorias, porém na sua essencia literal já diz tudo sobre si mesmo. Metalinguagem: tome um RIVOTRIL .  Esqueçamos por algumas horas aquilo que não nos caiu bem.
     Tome um RIVOTRIL e durma para aliviar o sofrimento. Tome um RIVOTRIL e acorde pleno no dia seguinte. Tome um RIVOTRIL para lembrar que ele não é capaz de consertar tudo. Apenas I love you Rivotril .