Campos de Minha Terra
São assim os campos de minha terra, no inverno quando as chuvas chegam sem demora à mata branca que estava adormecida ressuscita tudo se revigora e fica cheio de alegria e fartura.
No sertão macambirense a estação chuvosa é magnífica, as nascentes d’água brotam e as grotas correm formando itapecuru, a água se espraia pelos campos formando várzeas, a vegetação abrolha, as folhas crescem verdejantes e as flores surgem assemelhando-se a um jardim natural.
Aquele panorama melancólico e tristonho causado pelo verão se transforma em passo acelerado, gerando beleza e alegria.
A aragem fria sopra suavemente pulsa as folhas da vegetação verde e traz doce frescor.
As chuvas fazem rorejar as diversas flores com talhes, cores e aromas variados. As florejas no amanhecer estão regadas por gotículas translúcidas de orvalhos da noite e exalam suave perfume.
O aracati traz um frescor aprazível, as chuvas transforma a natureza, a fauna tristonha alegra-se: as aves migratórias retornam, os pássaros e os animais que estavam camuflados na floresta reaparecem, voam, correm alegremente, cantarolam, tudo se transforma em alegria, os animais acasalam e as fêmeas prenhes têm suas crias.
Ao alvorecer, a maioria das flores se abre, como as flores do mandacaru juntamente com as do pereiro, catingueira, marmeleiro, angico, sabiá e da jitirana, espalhando doce aroma. As abelhas aproveitam a florada sugam o necta das flores e produzem mel
A relva amanhece irrigada pelas gotículas de orvalho, os campos e os tabuleiros ficam encharcados e bordados de flores.
No verão é assim, a chuva cessa, o mato secam, as árvores perdem as folhas e lhes faltam também flores e frutos, ficam hibernando como se tivessem mortas enquanto aguardando as chuvas da próxima estação.
O sol abrasador, os campos secam, o solo estorrica e racha fica estéril ficando em desolação.
A maioria dos animais migra, e os que lá permanecem se camuflam em luares de carrascos com emaranhados de cipó, mandacaru, xiquexique e bancos de macambira tornando-se impenetráveis fugindo de predadores.
A asa branca bate asa e voa, e desaparece a ultima ave de arribação, na esperança de voltar no ano seguinte, mas ainda incerto.