o meu lugar em meus pensamentos
Cadernos e livros fechados ás pressas rapidamente enfiados na mochila, começa o frenesi e empurra-empurra junto ao portão da escola, porem eu dou uma parada para observar a movimentação da rua:um ou dois casais de namorados passeiam de mãos dadas, os alunos das classes menores acompanhados de seus responsáveis se dirigem a suas casas, os maiores em grupos com seu espirito juvenil conversam animadamente, alguns motoristas buzinam para acordar os jovens do perigo de andarem na rua, o que é respondido pelos transitantes com vaias, algo muito comum entre os adolescentes.
Arranco-me dos meus pensamentos ao escutar ao longe vozes a chamar-me, sigo o meu caminho, passo pela bomboniere ainda cheia de alunos, pela igreja católica, por casas de alguns amigos , observo os idosos colocarem suas cadeiras na rua para conversarem, levanto os olhos para os céus, o sol alaranjado se estendia no horizonte desaparecendo aos poucos para lentamente dar lugar a noite escura.
Passo por um salão de beleza, cheio de mulheres cada uma querendo se tornarem mais belas do que já são, ali a a terapia não é só no exterior mas também na alma, aquele lugar onde a cumplicidade feminina atingem o seu auge, um templo consagrado a beleza e a estética corporal porem é alem do que algo simples;um lugar de vivencias.
Em frente a esse salão está situado um bar, ainda vazio, com poucos homens bebendo, não sei o que os fizeram se tornarem ébrios, talvez um amor perdido, ou quem sabe foi a curiosidade que atinge a maior parte das pessoas na flor da idade, mil e um histórias se escutaria das bocas desses pobres infelizes.
Dobro finalmente na minha rua, é possível observar de ambos lados da rua várias casas, lares de muitas pessoas, um homem passa por mim, pelos seus cabelos brancos e seus olhos cansados e cheios de cãs denunciam muitos anos vividos e sofridos, anuncia seus produtos com gritos estridentes.
Paro em meu portão e sinto o encontro dos nós de meus dedos com o ferro quente, escuto as batidas ecoarem e ressoarem, me viro e dou uma ultima olhada na minha rua; a rua do Aírton, do posto de gasolina, da minha amiga , do sinal,eu sei que ela não ficará assim para sempre, quem sabe prédios serão erguidos no lugar das casas que vejo, pessoas que conheço serão substituídas por outras que eu não saberei de onde viram, a vida é uma eterna e constante mudança, mas até que tudo mude, eu armazenarei tudo na caixinha magica da lembrança para repassar mais tarde para as pessoas que me acompanharão em minha velhice.