Envelhecer mas sem envilecer

Quando a pessoa envelhece, pelo menos é o meu caso, começa a esquecer as coisas recentes e a lembrar com muito mais intensidade o passado. Também adquiri o hábito de não ligar a mínima para a a opinião pública, acho que ela vale menos que um cheque sem fundos. Detalhe; ao envelhecermos, estou me referido a mim, vamos perdendo as inibições e receio de falar o que sentimos. Para que pisar em ovos com medo de retaliações de meia dúzia de atrabiliários de marré-marré? Era só o que faltava!, temer o azedume de alguns metidos a notáveis de uma sociedade que defe mais que carniça. E por que respeitar os salamaleques de prepotentes e arrogantes metidos a intelectuais? Ou santinhos do pau oco?

Não defendo que a pessoa se torne um velho debochado, mas que seja verdadeiro, não se omita, segure o que come, não se envergonhe da sua história e que não sirva de capacho de ninguém. Mais, que seja solidário e defensor da liberdade. E sempre esteja do lado dos mais pobres. Que não vire vinagre, não azede. Que envelheça sem envilecer. Simples assim. Inté,

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 01/04/2020
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